Dados do Instituto Trata Brasil comprovam que mais de 62% da água produzida em Rio Branco é desperdiçada. As estatísticas apontam uma realidade preocupante, por isso, no Acre, o governo do Estado investe em educação ambiental junto à população, principal aliada no combate à poluição da natureza e desperdício de água, mas as mudanças de hábito também podem ser individuais.
Em Rio Branco, uma empresa especializada na manutenção e venda de eletrodomésticos da linha branca, dá exemplo de boas práticas ambientais. O proprietário Getúlio Modanezi reformulou toda rede de encanação da loja para reaproveitar a água da chuva e assim usar a que é fornecida pelo Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento (Depasa) sem que haja nenhum desperdício.
“Quando concertamos uma máquina de lavar, por exemplo, precisamos testar. Cada lavadora consome de dez a 40 litros de água para completar um ciclo de lavagem e terminar o teste. Então eu comprava cerca de oito mil litros de água por mês, para no final das contas, jogar fora. Isso me incomodava muito”, contou.
Getúlio conta ainda que num dia de chuva forte é possível captar 15 mil litros de água, que saem da calha direto para uma cisterna, com um filtro que limpa a água, ou seja, além de reaproveitar, ela é devolvida à natureza sem resíduos.
“Sempre tive essa preocupação com o meio ambiente e com o desperdício de água. Como meu pai é engenheiro e tinha feito um projeto sustentável para desenvolver em um condomínio, que acabou não dando certo, mas o projeto ficou guardado e eu usei aqui”, disse.
Além das máquinas de lavar, a empresa conserta e vende com ar-condicionado, geladeira micro-ondas e lava louças. Portanto a água da chuva também é utilizada para limpeza dos demais aparelhos. A água que chega do Depasa é utilizada apenas nas torneiras e nos chuveiros, nem mesmo o sistema de descargas sanitárias funciona com água tratada.
Amigo do meio ambiente
Getúlio conta ainda que num dia de chuva forte é possível captar 15 mil litros de água
Os gases liberados, por aparelhos dessa linha, também preocupava. “Em 2011 fiquei sabendo da existência de uma máquina recicladora desses gases, mas era necessário cumprir uma série de requisitos ambientais básicos, eu fui em busca de todos eles e consegui”, declara.
Normalmente o gás desses aparelhos é retirado e jogado direto no ar, trata-se de um procedimento normal e adotado por todas as empresas que trabalham com esse tipo de equipamento.
Mesmo estando dentro das normas, Getúlio se preocupava, por isso adquiriu o equipamento que recolhe o gás e recicla, podendo ser utilizado em outro aparelho.
Medidas sustentáveis, que geram economia para empresa e benefícios para o meio ambiente, além de não alterar a qualidade do serviço. “Tenho três filhos e o futuro deles me preocupa muito. Sei que o que eu faço não é tão grande, mas é a minha contribuição para o meio ambiente e para as futuras gerações”, ressalta.
