Emprego na construção civil volta a subir no Acre

Pesquisas da Fieac apontam estabilidade e crescimento nos índices da indústria

 

A Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac) divulgou os resultados das pesquisas Indicadores Industriais, Cesta Básica da Construção e Sondagem Industrial. Vários indicadores que vinham sofrendo queda se estabilizaram e alguns voltaram a crescer. Apesar da crise financeira, a expectativa é de aquecimento da indústria por conta dos bons ares que a construção civil promete trazer, graças aos investimentos no setor.

O nível de emprego na construção civil – setor responsável por mais de 50% do faturamento industrial e que aquece toda cadeia – voltou a subir. Em abril o crescimento foi de 8,99% em relação ao mês anterior. Um valor considerado bastante expressivo pelo economista Carlos Estevão, que coordena a pesquisa. No acumulado de abril de 2008 a abril deste ano o crescimento foi de 32,36%.

 

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Obras do Governo do Estado garantem manutenção e perspectiva de crescimento na construção civil do Acre (Foto: Sérgio Vale/Secom)

“Nos meses de chuva o nível de emprego na construção civil cai, mas no último ano este índice caiu pouco e em seguida se recuperou devido ao grande número de obras existente no Estado”, disse o economista.

Com o pacote de obras referentes à habitação anunciados pelo Governo do Estado o setor da construção ganhará novo impulso. “São obras que movimentam mais o setor que as de infra-estrutura por demandar mais mão de obra e utilizar insumos produzidos no próprio Estado, como a madeira e o tijolo”, disse o presidente da Fieac, João Francisco Salomão.

A pesquisa Indicadores Industriais mostrou que o faturamento real da indústria de transformação (móveis, madeiras, móveis, gráficas, confecções, entre outros), no mês de março de 2009 permaneceu praticamente o mesmo do mês anterior. Observou-se um leve aumento de 0,03%. “Apesar de pouco é um crescimento significativo porque as vendas estavam em queda. A utilização da capacidade instalada, um indicativo importante que influencia inclusive a taxa Selic, também cresceu 1,64%”, explica o economista.

A cesta básica da construção civil também integra uma pesquisa mensal que avalia os preços finais de 100 tipos de materiais, como a areia, azulejo, tijolo, cimento. Segundo a pesquisa, em abril houve um aumento de 0,84% no valor total desta cesta básica. Os materiais que mais sofreram aumento foram a areia fina, a pedra britada e o tijolo cerâmico furado.

O gerente de compras de uma empresa especializada na venda de materiais do setor, Edwilson Pereira, ressalta que muitos produtos, porém, tiveram queda de até 20% e que a areia, material que mais subiu (de R$ 39,68 para R$ 41), corresponde a uma parcela pequena do total de insumos utilizados numa obra.

“Os materiais de acabamento, o cimento, o ferro e as telhas, por exemplo, tiveram queda nos preços desde o início do ano. Não faz sentido os preços subirem enquanto estivermos nesta crise. O cimento, que chegou a custar até R$ 45 hoje pode ser encontrado por R$ 31,50”, exemplificou.

Na Sondagem Industrial, pesquisa que mede o índice de confiança do empresário industrial acreano, a principal dificuldade apontada continua sendo a elevada carga tributária. O índice registrou ainda uma queda na taxa de otimismo dos industriais, de 65 (observados no último trimestre de 2008) para 58 pontos. “Mas a expectativa continua sendo de crescimento e acredito que chegaremos ao pico máximo da pesquisa por conta dos altos investimentos que estão por vir. Tem obras em habitação que ainda não iniciaram e que devem aquecer não só a cadeia da construção civil, mas a da confecção dada a demanda por uniformes, a da alimentação, por conta dos marmitex, sem falar que gerando emprego no setor todos os outros são atingidos”, ressaltou Salomão.

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