A Embrapa e a Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) realizaram no último dia 29, em Brasileia, reunião técnica para apresentar as ações realizadas no âmbito do projeto “Transferência de Tecnologias para Consolidação dos Polos Agroflorestais nos Territórios do Alto Acre e Capixaba, com Foco na Proposta de Desenvolvimento Sustentável para o Acre”.
Esse projeto, iniciado em abril de 2009, teve como um de seus principais resultados a implantação de sete Bancos de Material Genético de banana e mandioca e capacitação de 320 produtores, técnicos extensionistas e estudantes através de cursos e dias de campo. “Nosso objetivo foi viabilizar a apropriação de tecnologias geradas pela Embrapa em manejo de solos sem uso do fogo e culturas da banana e mandioca que contribuam para o desenvolvimento sustentável no território do Alto Acre e Capixaba, e que melhorem a qualidade de vida dos produtores familiares dos polos agroflorestais”, ressalta o engenheiro agrônomo e líder do projeto Gilberto Costa.
Para viabilizar essas ações, foram adquiridas e distribuídas 9.500 mudas de bananas resistentes à doenças como a Sigatoka-negra, e 15 mil manivas das cultivares de mandioca para mesa Caipora e Colonial, com alta produtividade e adaptadas ao clima e solo do Acre. Os Polos Agroflorestais parceiros do projeto que receberam essas mudas que encontram-se nos municípios de Brasileia, Capixaba, Epitaciolândia e Xapuri, onde residem 176 famílias, também participantes de dias de campo e capacitações.
“As vantagens de implantarmos Unidades Demonstrativas em áreas de produtores é aproximarmos as pesquisas de sua realidade, além de podermos utilizar esses espaços para futuros cursos e centros de distribuição de materiais genéticos”, afirma a chefe de Transferência de Tecnologias da Embrapa Acre, Dorila Gonzaga.
A reunião também contou com a participação da Cooperativa Incubadora e Gestão Avançada (Ciga). Segundo o analista da Embrapa e líder do projeto, Gilberto Costa, a participação da Ciga nesse evento é extremamente importante, pois a empresa, ao ser contratada pelo governo do Estado para realizar ações de assistência técnica nos polos, está em contato direto com os produtores, que precisam se inteirar das tecnologias e demandas.
Mesmo com a finalização do projeto, a Embrapa e Seaprof continuam o trabalho nos Polos Agroflorestais, com visitas técnicas para avaliação dos resultados de produtividade das cultivares de banana (Japira, Preciosa e Thap Maeo) e mandioca (Caipora e Colonial) utilizadas nos sete Bancos de Material Genético implantados em área de agricultores. “Temos os resultados do primeiro ciclo de plantio, e agora vamos acompanhar as próximas colheitas para saber a produtividade conseguida com essas cultivares e recomendações de adubação e correção”, ressalta Costa.
“A expectativa é gerar novos avanços da pesquisa agrícola como um todo, e de agregar valor a produtos de origem agrícola, no caso particular em manejo de solos sem uso do fogo e culturas da banana e mandioca”, acrescenta Martin Neto, que também já foi chefe-geral da Embrapa Instrumentação.
Resultados técnicos
Em relação às cultivares de banana, foi alcançada uma produtividade de 17 toneladas por hectare, aos 14 meses, para a cultivar espécie Thap Maeo, no Polo de Capixaba. Quanto as cultivares pratas, foram obtidas, no Polo de Xapuri II, 13 toneladas por hectare para as cultivares Preciosa e Japira, aos 15 meses . No Polo de Epitaciolândia, 16 toneladas por hectare para a Thap Maeo. Esses resultados superam a média do Acre, atualmente 9.962 kg/ha, e a média brasileira de 14.297 kg/ha, conforme dados do IBGE de 2010.
No que se refere à mandioca para mesa, foi conseguida com a cultivar Caipora, no Polo de Brasileia, produtividade de 27,9 toneladas por hectare aos 12 meses, resultado superior à produtividade média estadual para a cultura da mandioca, que corresponde a 20,87 toneladas/ha.