Gestores das secretarias de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), de Meio Ambiente e das Políticas Indígenas (Semapi) e do Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais (IMC) estiveram reunidos com os alunos da XVII turma do Curso de Formação de Agentes Agroflorestais Indígenas (AAFIs), na tarde desta terça-feira, 12, no Centro de Formação dos Povos da Floresta.
A reunião contou com a articulação da Comissão Pró-Índio do Acre (CPI-Acre), em parceria com a Associação do Movimento dos Agentes Agroflorestais Indígenas do Acre (Amaaiac), com o objetivo de promover o diálogo entre órgãos governamentais e a categoria dos AAFIs. A formação é financiada pelo governo do Estado do Acre com recursos oriundos do Programa REM Acre Fase II.
Na oportunidade, os gestores esclareceram as principais dúvidas dos agentes e lideranças acerca da continuidade do pagamento de bolsas concedidas aos agroflorestais indígenas e das inciativas em curso para o fortalecimento da categoria.
O coordenador da Unidade de Coordenação do Programa REM, na Secretaria de Planejamento e Gestão (UCP/REM/Seplag), Elison Reis, destaca a importância do diálogo e do fortalecimento da classe.
“O governo do Estado tem procurado construir essa ponte, por meio do diálogo, com as organizações da sociedade civil e lideranças indígenas, que têm esse importante trabalho nas comunidades. Por meio do Programa REM/KfW, o governo tem apoiado a formação junto à CPI Acre. Apoiamos também o pagamento de bolsas aos agentes agroflorestais, os planos de gestão territorial indígena e a entrega de cestas básicas emergenciais no período crítico da pandemia. A consolidação da formação dos agentes é de fundamental importância para a segurança alimentar nas comunidades indígenas”.
O agente em formação, Antônio de Carvalho Kaxinawá, da Terra Indígena Nova Olinda/Feijó, destaca a indispensabilidade do apoio financeiro do Programa REM e pede ampliação de capacitações e intercâmbios.
“O recurso do Programa REM/KfW permite que nós, agentes agroflorestais, trabalhemos dentro de nossa terra indígena um plano de gestão territorial e ambiental. Precisamos da continuidade da formação dos AAFis e que esse recurso seja ampliado para realizações de oficinas para a gente trabalhar com o plano de gestão e também fazer intercâmbios. Tudo que aprendemos aqui é muito importante para trabalharmos com reflorestamento e segurança alimentar. Esse conhecimento a gente leva para nosso povo e ajuda muito na qualidade de vida em nossa comunidade”.
A secretária executiva da CPI-Acre, Vera Olinda, destaca que os cursos de formações dos AAFIs ministrados pela CPI são reconhecidos pelo MEC e pelo Conselho Estadual de Educação. Ela lembra que a CPI Acre foi a primeira organização não governamental no Brasil a desenvolver o curso com respeito aos princípios do bilinguismo, da interculturalidade e da participação comunitária.
“A gente considera, de fato, uma importante conquista e um avanço para o Acre ser pioneiro na trajetória de formação dos agentes agroflorestais indígenas para a gestão territorial e ambiental. A continuidade do apoio financeiro do REM/KfW a esse aperfeiçoamento é que vai garantir a continuidade nos resultados de redução de emissão de gases, de combate ao desmatamento e de manejo de recursos naturais baseados em conhecimentos indígenas”.
A reunião contou com a participação de 14 agentes agroflorestais indígenas inscritos no módulo extensão rural como parte da capacitação em Gestão Territorial e Ambiental no Acre. O treinamento contribui para unir o saber e a prática ambiental desses profissionais no dia a dia das suas aldeias.
O Programa REM Acre Fase II é fruto de cooperação financeira entre os governos do Acre, da Alemanha e Reino Unido, para implementação de projetos voltados para a conservação das florestas e cuidados de suas populações. A sigla REM significa Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal – REDD Early Movers, em português REDD+ para pioneiros.