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Em fevereiro, com queda no custo das cestas básicas de higiene pessoal e limpeza domésticas, cesta alimentar aumenta 2,76%

Por Marky Brito e Arlene Pessoa

Realizada pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão do Acre (Seplag) na primeira quinzena do mês de fevereiro, a pesquisa dos custos da cesta básica em Rio Branco constatou redução nos preços das cestas de limpeza doméstica (-2,09%) e higiene pessoal (-6,43%), com a cesta de alimentação mantendo o comportamento de alta (2,76%).

Em fevereiro, foram coletados dados em 71 estabelecimentos comerciais, três a mais do que no início da pesquisa, em dezembro de 2021. Os estabelecimentos são compostos por mercados varejistas de grande, médio e pequeno porte, açougues e panificadoras, distribuídos em 40 bairros de Rio Branco.

O custo total da cesta básica alimentar para um indivíduo foi de R$ 457,95, uma alta de 2,76% em relação a janeiro, conforme tabela abaixo. Houve aumento de preços em sete itens da cesta, sendo o da banana o mais expressivo (48,76%), seguido pelo café (6,61%), carne (2,74%), mandioca (2,69%) e feijão (1,19%). Porém, sete produtos tiveram queda, com destaque para o tomate (-7,83%), frango (-7,03%) e manteiga (-3,20%).

Tabela do custo total da cesta básica alimentar em Rio Branco (fevereiro/2022)

O número de horas de trabalho necessário para um trabalhador adquirir os produtos da cesta básica alimentar foi de aproximadamente 83 horas e 7 minutos, cerca de 2 horas e 14 minutos a mais em relação ao tempo necessário medido em janeiro.

Já o custo total da cesta básica de limpeza doméstica foi de R$ 58,76, um decréscimo de -2,09% em relação a janeiro, conforme tabela a seguir. Sete produtos tiveram retração, sendo destaque o sabão em pó, que apresentou variação negativa de -6,18%, seguido pelo inseticida (-5,35%), cera para assoalho (-4,63%) e água sanitária (-1,55%). Os itens vassoura de piaçava e detergente registraram acréscimo de 1,76% e 2,62%, respectivamente.

Tabela do custo total da cesta básica de limpeza doméstica em Rio Branco (fevereiro/2022)

Para adquirir uma cesta básica de limpeza doméstica, um trabalhador terá que trabalhar aproximadamente 10 horas e 39 minutos, o que representa 13 minutos a menos quando comparado com mês de janeiro.

O custo total da cesta básica de higiene pessoal para um indivíduo foi de R$ 20,16, um decréscimo de -6,43%m relação ao mês de janeiro. Os produtos da cesta tiveram retração de preço em relação ao mês anterior, com destaque para o sabonete, que registrou variação expressiva de -19,70%, seguido pelo barbeador descartável (-4,94%) e absorvente (-2,90%), conforme tabela abaixo.

Tabela do custo total da cesta básica de higiene pessoal em Rio Branco (fevereiro/2022)

A quantidade de horas de trabalho necessário para um trabalhador adquirir uma cesta básica de higiene pessoal foi de aproximadamente 3 horas e 39 minutos, o que representa apenas 15 minutos a menos quando comparado com mês de janeiro.

Para comprar as três cestas, em fevereiro um trabalhador comum precisaria trabalhar cerca de 97 horas e 27 minutos.

A participação do valor das três cestas básicas continua significativa no rendimento de um indivíduo que recebia em fevereiro um salário mínimo de R$ 1.212,00, sendo de aproximadamente 44,3%, um aumento de 1,83% em relação a participação das cestas em janeiro, conforme o gráfico abaixo.

Participação do valor das cestas no salário mínimo

Para uma família-padrão de dois adultos e três crianças, foi estimado um gasto mensal de R$ 1.602,83 com a cesta alimentar, R$ 205,66 com a cesta de limpeza doméstica e R$ 70,56 com a cesta de higiene pessoal, totalizando R$ 1.879,05 por mês. Revertendo esse valor em quantidade de salário mínimo necessário para a subsistência dessa família, o custo estimado para aquisição das três cestas em fevereiro foi de 1,55 salários mínimos.

Clique aqui para acessar o Relatório da Pesquisa da Cesta Básica de fevereiro de 2022.

Marky Brito, engenheiro florestal (UFRA), especialista em Gestão de Projetos (FGV), atualmente é chefe do Departamento de Estudos Pesquisa e Indicadores da Seplag

Arlene Pessoa, administradora (FAAO), é coordenadora da Pesquisa da Cesta Básica no Departamento de Estudos Pesquisa e Indicadores da Seplag