Em favor da saúde do homem e contra o preconceito

A carreta da Sociedade Brasileira de Urologia está em frente ao Palácio Rio Branco e atenderá 120 pessoas por dia, até o próximo sábado

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São seis médicos que atendem a população entre 9 e 17 horas. Eles ouvem as reclamações e identificam doenças como câncer de próstata (Foto: Angela Peres/Secom)

Rio Branco é a primeira cidade a receber a caravana do Movimento pela Saúde Masculina em 2011. O projeto, que já atendeu mais de 10 mil homens ano passado, passou por 22 cidades, mas a capital do Acre é a primeira da Região Norte. Foi uma forma de homenagear Tião Viana, que foi o porta-voz desse projeto quando era senador.

São seis médicos atendendo a população entre 9 e 17 horas. Eles ouvem as reclamações e identificam doenças como câncer de próstata, disfunção erétil e deficiência androgênica do envelhecimento masculino. Mas a principal doença que o programa está curando em todo o Brasil é o preconceito. De acordo com o médico urologista Mauro César Trindade, o “homem não tem o costume de procurar o médico, não se cuida. Ele acha que ir ao médico é coisa de criança ou de mulher”. Mas o médico alerta: “Nós não somos super-homens. Adoecemos, sim, e a prevenção com uma visita periódica pode salvar muitas vidas”.

De acordo com a assessoria do programa, cerca de 17 milhões de homens estão sendo impactados por esse programa, que inclui as campanhas pela saúde masculina veiculadas em comerciais de TV e de rádio. O cuidado com a saúde deve começar cedo, na infância, se possível, mas é a partir dos 40 anos de idade que o homem precisar se cuidar mais e visitar o urologista pelo menos uma vez ao ano.

Os médicos que atendem a população em cada parada são da própria cidade e o objetivo “é realmente quebrar paradigmas. Se o homem não vai ao urologista, nós vamos até  os pacientes”, completou Mauro Trindade. O profissional de urologia é especializado e não pode ser substituído por outros médicos. A prevenção masculina evita doenças sérias e até as implicações conjugais, preservando as parceiras.

Agora como governador, Tião Viana ofereceu total apoio para a recepção da caravana em Rio Branco. A estrutura do programa é grande e autossuficiente. O baú do caminhão se transforma em um consultório, com salas de consulta, pré-atendimento e até exames simples. O Ministério da Saúde também apoia o projeto.

Amor-próprio

Logo cedo já havia uma pequena fila em volta da carreta do Movimento pela Saúde Masculina. Vários homens, alguns acompanhados pelas esposas e parceiras, esperavam o início do atendimento, em geral, com ótimo humor.

“Vergonha? Vergonha que nada! Eu tenho vergonha é de morrer, isso sim”, afirmou, com um sorriso, Antônio dos Santos, 58. Ele estava entre um grupo de 10 homens, dos quais três nunca haviam se consultado com um urologista. Outros três já haviam visitado um especialista há mais de dois anos, entre eles Antônio dos Santos, que completou: “Eu me cuido. Quero viver muito ainda”.

Outro do grupo, Francisco Lima, estava pela primeira vez na sala de espera de um urologista. Ele afirmou que não tem costume de procurar nenhum médico. “Eu nunca senti nada.”  Mas agora, mais conscientizado, Lima sabe que existem doenças que são "silenciosas", não apresentam sintomas. E o melhor remédio é sempre a prevenção.

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