Em defesa do Acre: para não voltar ao passado

Central Única dos Trabalhadores e Central dos Trabalhadores do Brasil divulgam manifesto do movimento sindical em defesa da política de desenvolvimento sustentável do Estado

Nos últimos dias o Acre tem vivenciado um acalorado debate sobre o modelo de desenvolvimento em curso há 12 anos. Os trabalhadores do Acre, organizados em centrais sindicais e em sindicatos, vêm a público participar deste debate por avaliar que o projeto de desenvolvimento sustentável transformou para melhor a vida das famílias rurais e também das famílias que vivem na cidade.

Temos que reconhecer que o governo estadual estava certo quando mudou a base da economia acriana e passou a defender o desenvolvimento sustentável. Atualmente o mundo já compreende que a ameaça do aquecimento global põe em xeque a vida do ser humano no planeta já nos próximos 50, 80 anos e o Acre destaca-se por defender uma nova forma de se relacionar com o meio ambiente. Hoje nosso Estado é respeitado por todas as nações do mundo por suas políticas avançadas.

Levamos em consideração que nem tudo é perfeito. As centrais sindicais e sindicatos de trabalhadores acrianos têm críticas à forma como alguns casos de manejo empresarial vem sendo executados. Por outro lado, não podemos ignorar que foram garantidos ganhos importantes em planos de manejo comunitários que tem beneficiado inúmeras famílias de pequenos produtores rurais.

Isto sem falar no clima de medo que pairava sobre o Acre no passado, onde o crime organizado e instalado em instituições públicas promovia torturas, mortes, tráfico de drogas, impunidade e outros desmandos.  Para a população de bem restava apenas a opção de ficar calada para não sofrer retaliações. Além disso, o número de pessoas abaixo da linha de pobreza era assustador. Na periferia reinava a miséria absoluta. O quadro da maioria dos bairros era de calamidade, sem pavimentação, sem cobertura de transporte coletivo e sem nenhum tipo de assistência básica.

No interior a situação era ainda mais deplorável, sem nenhuma perspectiva de melhoria na infra-estrutura e nas condições de vida do povo. Hoje a zona urbana e a zona rural estão mais estruturadas e grandes avanços na saúde, segurança, e educação foram realizados pelo governo do Estado. É preciso, portanto, deixar claro que apesar de ainda não termos as condições ideais, melhoramos muito em relação à situação de 12 anos atrás.

O que está acontecendo no Acre hoje é um jogo de interesses característicos de uma política rasteira. Aqueles maus políticos que o povo tirou do poder estão desesperados e fazendo o que sempre fizeram: politicagem. Quem não se lembra da corrupção desenfreada? Dos milhões que eram saqueados dos cofres públicos? Lembram da situação de calamidade  da saúde, onde os ratos roíam os pacientes no pronto socorro? E quem não lembra como era a educação dos nossos filhos?

Os trabalhadores acrianos têm a clareza de que este governo não é perfeito, apresentando falhas que devem ser corrigidas.  Porém é indiscutível que os trabalhadores do campo e da cidade tiveram enormes conquistas com o governo daFrente Popular. E não queremos voltar a um passado de salários atrasados e completo descrédito junto ao comércio local. É preciso reconhecer que todas as categorias do funcionalismo público acumulam conquistas importantes que seriam impossíveis em um governo de direita. Mesmo tendo claro que se faz necessário avançar a cada ano na valorização profissional e nas condições de trabalho.

A sociedade acriana conquistou o respeito e a credibilidade de outros estados brasileiros e de diversos países do mundo graças à nossa política de desenvolvimento sustentável. Temos que lutar para melhorar este projeto e não retroagir. O movimento sindical fala com propriedade porque somos construtores deste processo elegendo governos de esquerda que defendem políticas de desenvolvimento com respeito ao trabalhador e ao meio ambiente. Tal como foi sonhado por aqueles que não mais estão conosco  como Chico Mendes, Wilson Pinheiro e outros líderes assassinados pelos promotores do desmatamento desenfreado.

A floresta é um grande potencial econômico do estado e como tal deve ser explorada, garantindo a floresta em pé, manejada com sustentabilidade e com retorno social para as comunidades. Fundamental para isso deve ser o subsidio do governo para o manejo florestal comunitário com os maquinários necessários. Daí dizer que isso é devastação da floresta apenas revela um completo descompromisso e irresponsabilidade para com o estado. Só toma este tipo de atitude quem não ama o Acre.

Ainda dizemos mais, a revista "Isto É" deveria verificar a veracidade de qualquer denuncia que se faça de pessoas, instituições ou entidades, bem como verificar a idoneidade dos denunciantes, para não causar danos morais ou prejudicar toda uma população. Só desta forma seu jornalismo terá credibilidade.

O movimento sindical não admite que pessoas que nunca defenderam os trabalhadores e nem  os interesses da população acriana venham manchar o nome do Acre e dos acrianos apenas para defender seus interesses particulares. O Acre precisa de pessoas que contribuam, construam políticas sociais e somem esforços para que esta política de desenvolvimento sustentável nascida no Acre continue dando certo e beneficie toda nossa população.

Assinam esta nota:

1. Central Única dos Trabalhadores – CUT.
2.Central dos Trabalhadores do Brasil – CTB
3.Federação dos Trabalhadores Rurais na Agricultura Familiar do Estado do Acre – FETACRE
4.Sindicato dos Trabalhadores Rural do Município de Assis Brasil – STR ASSIS BRASIL
5.Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Município de Rio Branco – STR RIO BRANCO
6.Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Município do Bujari – STR BUJARI
7.Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Município de Brasiléia – STR BRASILEIA
8.Oposição Sindical da atual direção do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri – OPDSTR – XAPAURI
9.Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Município de Mancio Lima – STR MANCIO LIMA
10.Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Município de Plácido de Castro – STR PLACIDO DE CASTRO
11.Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Município de Rodrigues Alves – STR RODRIGUES ALVES
12.Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Município de Porto Walter – STR PORTO WALTER
13.Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Município de Acrelandia – STR ACRELANDIA
14.Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Município de Senador Guiomard – STR SENADOR GUIOMARD
15.Sindicato dos Jornalistas profissionais do Estado do Acre – SINJAC
16.Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Domésticos do Estado do Acre – SINDOMESTICO
17.Sindicato dos fiscais do Município  de Rio Branco – SINFISMURB
18.Sindicato dos Servidores Municipais – SSEMURB
19.Sindicato dos Mototaxistas do Município de Rio Branco – SINDMOTO
20.Sindicato dos profissionais de Maquinas Pesadas e Terra Planagem do Estado do Acre – SINTRATERRA
21.Sindicato dos Agentes de Endemias e Saúde do Estado do Acre – SINDACS
22,Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Acre – SINTEAC
23.Sindicato dos industriários do Estado do Acre – SINTIACRE
24.Sindicato dos frentistas e trabalhadores no Comercio de Derivados de Petróleo no Estado do Acre – SINFTDPAC
25.Cooperativa dos Produtores Rural da Transacreana – COOPERMATE
26.Organização da Economia Solidaria – UNISOL
27.Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuario  – SEÇÃO SINDICAL – CPAF/AC
28.Sindicato Nacional dos aeroviários do Brasil – SEÇÃO SINDICAL/AC
29. Sindicato dos Servidores Municipais de Bujari – SINDSMUB
30. Oposição a Direção dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde do Estado do Acre – SINTSAC – OPDSINTESAC
31. Sindicato dos Trabalhadores em educação da Rede Particular do Acre – SINTERPAC
32 . Sindicato do Funcionários Públicos Municipais de Capixaba – SINFUNPM
33. Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Capixaba – STR-CAPIXABA
 

 

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