A cadeia produtiva do mel no Acre é um exemplo de inovação, compromisso com a sustentabilidade e biodiversidade. Neste contexto, o governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri), com apoio do Programa REM Acre – Fase II, realizou entre os dias 21 a 23 em Assis Brasil, o curso de capacitação em meliponicultura, para os produtores rurais e indígenas interessados na criação de abelha sem ferrão.
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Visando o manejo sustentável das abelhas sem ferrão, a capacitação foi dividida em dois módulos: práticas e teóricas, e durante o curso os meliponicultores trocaram as experiências e saberes sobre as espécies de abelhas sem ferrão, produção de mel e outros produtos, extração e armazenamento, legislação, registro e comercialização, sustentabilidade, conservação e impacto ambiental, entre outros aspectos importantes para uma boa produção.
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A criação de abelhas não apenas fortalece a economia local, mas contribui para a conservação do meio ambiente, colaborando com a segurança alimentar e nutricional das comunidades nos territórios, além de que as abelhas sem ferrão são agentes polinizadores naturais que contribuem para a reprodução de plantas e a reconstituição de florestas e remanescentes florestais.
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O programa REM Acre apoia projetos que promovem a conservação ambiental, e a cadeia produtiva do mel tem como objetivo a implementação do sistema de produção do mel e a capacitação em boas práticas de produção, fortalecendo a agricultura familiar e as comunidades tradicionais.
Pela primeira vez, o curso voltado para as boas práticas do mel contou com a participação dos indígenas Manchineri da terra Mamoadate de Assis Brasil e de representantes da comunidade Bolpebra da Bolívia.
Veja o que disseram
“O empenho é muito grande. O curso não será em vão, e o resultado será de excelência. Os alunos serão multiplicadores do que estão aprendendo em suas comunidades, e sonhamos com a realização de um seminário, que será um passo gigantesco para a troca de experiência entre os meliponicultores. Agradeço ao programa REM Acre e à Seagri por mais essa capacitação”, destacou a médica veterinária da Seagri, Edna da Costa.
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“O curso possibilitou a integração de produtores e dos povos indígenas, além de demonstrar a importância da criação das abelhas, trazendo o conhecimento para uma boa produção e comercialização dos produtos derivados do mel”, ressaltou Wilker Nazareno, chefe de escritório local da Seagri em Assis Brasil.
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“O curso de criação de abelhas sem ferrão é algo inédito. Levarei os aprendizados para minha comunidade e darei continuidade, seguindo o passo-a-passo. Agradeço à Seagri, ao Programa REM e aos demais parceiros que contribuíram para a realização dessa capacitação”, pontuou José Ribamar Alves Rodrigues Manchineri, da aldeia Nova Vida, da terra indígena Mamoadate.
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“O mel da abelha traz benefícios, além da parte medicinal, também na alimentação das nossas comunidades e famílias. Será produzido de maneira saudável e evitando os agrotóxicos. Então, a criação delas [das abelhas] irá nos ajudar no nosso sistema agroflorestal, na proliferação das flores e plantas, enriquecendo a cadeia alimentar da nossa região”, destacou Sabá Haji Manchinery, cacique da terra indígena Mamoadate.
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“O curso que aprendemos aqui tem sido uma grande bênção para mim. A produção de mel nos ajudará a gerar recursos e também em termos de turismo e, acima de tudo, a aproveitar as muitas virtudes da abelha. Agradeço por compartilhar o conhecimento conosco”, disse o produtor Diógenes Delfín Aguayo Llanos, da comunidade Bolpebra, da Bolívia.
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Programa REM Acre
O programa REM é fruto de cooperação financeira entre os governos do Acre, da Alemanha e do Reino Unido, por intermédio do Ministério Federal de Cooperação e Desenvolvimento Econômico da Alemanha (BMZ) e o Departamento de Segurança Energética e Net Zero do Reino Unido (DESNZ), por meio do KfW, para implementação de projetos voltados à conservação das florestas que, por diversos órgãos, beneficiam milhares de produtores rurais, ribeirinhos, extrativistas e indígenas.