Falar sobre o nascimento do pequeno Enzo Bolt, hoje com 5 anos, ainda é emocionante para a mãe, Regilene dos Santos Silva. O tão sonhado filho nasceu com 30 semanas, 10 a menos que o período ideal recomendado pelo Ministério da Saúde.
“Ele nasceu com seis meses e passou mais quatro na UTI. Fez cirurgia, foi entubado e hoje está aqui graças a Deus, bem e com saúde. [O atendimento que recebi aqui na maternidade] fez muita diferença, muito, muito, muito. Hoje eu sou grata, primeiramente a Deus e aos profissionais daqui, à doutora Socorro que foi um anjo nas nossas vidas”, relatou a mãe.
“E eu não tenho como não me emocionar até hoje. Eu sou muito grata mesmo por tudo que eles fizeram”, finalizou a mãe ao se referir ao atendimento recebido na maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco. O emocionante depoimento ocorreu durante a confraternização entre pais e servidores da unidade, a única de referência no estado capaz de cuidar de bebês prematuros devido à complexidade dos casos.
Com uma média mensal de 60 partos prematuros, a maternidade Bárbara Heliodora realizou em novembro uma série de atividades relativas à campanha Novembro Roxo, como rodas de conversas e qualificações entre os setores responsáveis para que estes estejam prontos para lidar com a prematuridade da melhor forma possível, garantindo assim o melhor atendimento possível para o bom desenvolvimento dos prematuros.
“A gente tem observado que a maioria dos partos prematuros está relacionada principalmente à ausência do pré-natal. São mães que não realizaram o acompanhamento de forma efetiva, então, não conseguiram identificar as condições que têm relação com o parto prematuro. Na maioria dos casos são mulheres obesas, hipertensas, diabéticas, que não fazem o acompanhamento, que podem vir a ter uma crise de hipertensão, um descontrole da glicemia e tem também aqueles casos das mulheres com infecções. Além da nossa taxa elevada de mulheres, de crianças e adolescentes grávidas. A gestação na adolescência é altamente relacionada aos partos prematuros”, esclareceu Carina Hechenberger, gerente de Assistência da Maternidade.
A pediatra neonatologista, Maria do Socorro Avelino, responsável pela Unidade Neonatal da Maternidade, reforça que a maioria das causas de partos prematuros são evitáveis, portanto, o pré-natal é indispensável.
“A prematuridade traz as suas consequências, pode ter repercussões negativas, inclusive. Graças a Deus, a gente tem muitas vitórias, mas nós precisamos evitar realmente a prematuridade e a forma de fazer isso é fazendo um bom acompanhamento pré-natal, um planejamento familiar, porque a maioria das causas de parto prematuro são evitáveis e quanto mais prematuro o nascimento, maior é o risco para essa criança”, reforçou Maria do Socorro Avelino.
Saúde é prioridade
Inaugurada em 1949, a Maternidade Bárbara Heliodora é uma das primeiras unidades de saúde do Acre e segue recebendo investimentos para a melhoria dos serviços. Recentemente, novas incubadoras foram entregues, além de uma reforma da UTI na unidade e a reabertura de uma sala cirúrgica com a aquisição de uma mesa de parto para mulheres com obesidade, ampliando ainda mais os serviços.
Além de investimentos gerais na maternidade, o governo tem investido na capacitação dos profissionais. Atualmente, enfermeiros da maternidade Bárbara Heliodora realizam uma especialização em enfermagem neonatal pela Fundação Oswaldo Cruz, a FIOCURUZ.
Ao todo, na área da saúde, somente com equipamentos hospitalares foram R$ 6,4 milhões aplicados em todo o estado apenas em 2023. Até o final deste ano, a previsão é de que sejam entregues ainda o equivalente a R$ 18,6 milhões em equipamentos para todos os municípios.