Educação utiliza espaços alternativos para levar ensino a trabalhadores

Mais de 600 alunos participam do processo de inclusão

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Alunos da EJA participam das aulas em espaços alternativos (Foto: Mardilson Vieira/SEE)

Em busca de incluir um maior número de estudantes, a Secretaria de Estado de Educação através da coordenação da Educação de Jovens e Adultos (EJA) está oferecendo ensino em espaços alternativos, ou seja, em locais como associação de moradores, igrejas, empresas, entre outros. O objetivo é fornecer ao aluno um maior acesso e adequar seu tempo com a escolarização.

Atualmente, 622 alunos estão frequentando aulas em ambientes variados governamentais e não-governamentais. “Ao procurar emprego tive a necessidade de ter o certificado do Ensino Médio, fiquei constrangido e decidi voltar a estudar. Sou motorista há 22 anos e não pude concorrer a uma vaga na profissão que tenho bastante experiência”, desabafa o motorista Sebastião Gomes, que frequenta uma sala na empresa na qual trabalha há seis anos.

Uma pesquisa realizada em 2009 pela coordenação da EJA, com amostra de 559 estudantes, revelou que os alunos desta modalidade de ensino, em sua maioria, são egressos de programas de alfabetização, trabalham no mercado informal com jornada diária de 6 a 8 horas, são casados e possuem filhos. Estes fatores dificultam a carreira escolar no ensino regular, por isso, esta estratégia logística de oferecer educação nos mais diferenciados espaços.

A Secretaria de Estado de Educação disponibiliza a formação dos professores, acompanhamento e materiais didáticos. “A Educação de Jovens e Adultos proporcionou maiores informações para os funcionários, valorizou as habilidades de cada um deles e isso tem contribuído para elevar sua auto-estima e para um melhoramento nas relações públicas”, explica o gerente administrativo de uma empresa de transportes urbanos, que oferece esta modalidade de ensino em suas dependências.

Com 21 mil alunos matriculados no Estado, a EJA visa fornecer igualdade de oportunidades, que possibilitem oferecer aos indivíduos novas inserções ao mercado de trabalho, na vida social e nos canais de participação. “A EJA tem se firmado enquanto política pública e como modalidade de ensino, assegurando aos sujeitos benefícios antes estendidos apenas aos alunos do ensino regular, como merenda escolar e materiais didáticos. Além de ser uma importante ferramenta de inclusão social e exercício da cidadania”, avalia a coordenadora programa no Acre, Fernanda Nóbrega.

Para ampliar o campo profissional e as práticas pedagógicas de seus alunos, a EJA mantém parcerias com o Sebrae, Senai e Instituto de Educação Profissional Dom Moacir, oferecendo  de  Empreendedorismo, Informática básica e Técnicas de venda, buscando fornecer estratégias de inserção no mercado de trabalho, além de colaborar com o desenvolvimento de habilidades básicas no campo da educação profissional.

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é um sistema de ensino utilizado na rede pública no Brasil para a inclusão de jovens e adultos na educação formal. Tem o propósito de desenvolver o ensino fundamental e médio com qualidade para aqueles que perderam a oportunidade de se escolarizar na época própria por falta de apoio ou por inadaptação. É regulamentada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9394 de 20 de Dezembro de 1996.

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