A Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esportes (SEE), por meio da Divisão de Ensino e Pesquisa do Departamento de Educação Escolar Indígena, realiza até a próxima sexta-feira, 19, no auditório do Instituto de Educação Lourenço Filho (IELF), uma jornada pedagógica com coordenadores e assessores indígenas.
Com o tema “Jornada Pedagógica: ensino, aprendizagem, pesquisa e práticas pedagógicas no contexto intercultural dos povos indígenas do Acre”, o encontro está sendo realizado com profissionais dos núcleos de 12 municípios, onde estão localizadas as 151 escolas indígenas do Estado.
De acordo com a chefe da Divisão de Ensino e Pesquisa, professora Eucilene Ferreira de Lima, a formação está sendo realizada em parceria com o banco alemão KfW e inclui etnias de três famílias linguísticas. “É uma formação com duração de 40 horas que se iniciou nesta segunda, 15, e vai até a próxima sexta-feira”, explicou.
Os municípios contemplados com a formação são Sena Madureira, Marechal Thaumaturgo, Feijó, Porto Walter, Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves, Mâncio Lima, Assis Brasil, Manoel Urbano, Santa Rosa, Jordão e Tarauacá. Os coordenadores, a partir do encontro, serão multiplicadores do conhecimento nas aldeias e comunidades.
“O que vamos colocar aqui serão os instrumentos utilizados pela modalidade da educação escolar indígena, além da rotina pedagógica, os planos de aula, as sequências didáticas e o projeto escolar no contexto intercultural, baseado no bem viver indígena”, explicou a professora.
Também serão consideradas dentro da formação as especificidades da legislação educacional, desde a Constituição de 1988 (CF/88), a Lei de Diretrizes e Bases da educação (LDB), além das resoluções dos conselhos nacional e estadual de educação, além das leis estabelecidas que abordam a temática indígena.
O coordenador da educação indígena de Feijó, Eudenir Nunes de Matos, da etnia Huni-Kui, destaca a importância do encontro e que as resoluções da jornada pedagógica serão implementadas nas 38 escolas indígenas do município e chegarão para os 184 professores e também para os 2.330 alunos matriculados.
“É importante os 12 municípios estarem reunidos aqui nessa formação pedagógica para que a gente possa planejar o ano letivo de 2024, porque somente o município de Feijó tem quatro povos indígenas e essa aprendizagem aqui é fundamental”, enfatiza.
Já o coordenador da educação escolar indígena do município de Assis Brasil, Jaime Sebastião Prichico, da etnia Manchineri, diz que se alegrou bastante quando soube da formação, pois “é algo que havia parado, mas que agora está sendo dado continuidade”.
“Essa formação continuada serve para uma melhor aprendizagem em sala de aula, pois o professor precisa de conhecimento, já que a maioria foi alfabetizada em terras indígenas e não tem ensino completo, e ela vai ajudar os professores e a comunidade”, afirma.