A Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esportes do Acre (SEE), por meio da Diretoria de Ensino, deu início na manhã de segunda-feira, 20, ao ciclo de palestras do projeto Escola sem Drogas, no auditório do Colégio Acreano, em Rio Branco, dentro do programa Leitura e Letramento, associado com a temática de prevenção às drogas.
O público-alvo são professores, alunos, pais, corpo gestor e funcional da escola. O projeto tem como proposta pedagógica e paradidática capacitar a escola e a família para prevenir o consumo de drogas.
A palestra se dá a partir da leitura do livro Entre Sol e Chuva, romance juvenil do escritor Filippe Maffra baseado em fatos reais, que conta a história de luta e superação dos seus pais, Arlem e Laila, contra a dependência de drogas.
Personagem da obra, Arlem Maffra abriu o ciclo de palestras interagindo com a plateia, com música e uma conversa descontraída com os alunos, professores e equipe gestora do Colégio Acreano. Ele contou sua experiência com drogas na adolescência, os conflitos, a superação e o seu início como escritor, fato que o ajudou no processo de recuperação.
“A fala do Arlem nos diz muito do porquê da realização deste projeto-piloto. Cada coração que for despertado para esse grande perigo, que põe em risco a saúde, a vida familiar e a sobrevivência física e psicológica terá validado esta iniciativa. Para nós cada um importa”, declarou a secretária de Educação, Socorro Neri.
Já no período da tarde a palestra foi realizada nas escolas João Mariano e Roberto Sanches Mubarac, com Laila Maffra. No período noturno, a conversa foi dirigida aos pais dos alunos do Colégio Acreano, bem como das escolas Roberto Sanches Mubarac, Terezinha Miguéis e João Mariano. O cronograma de palestras segue em outras escolas até o fim do ciclo.
“Ler o livro e conversar com o personagem foi uma experiência única, nunca pensei conhecer a pessoa de quem eu li um livro e foi muito bom. É importante na nossa vida saber sobre drogas e aprender a lidar com isso. Foi marcante conhecer um pouco da vida dele, o problema que teve com as drogas, que deve ter sido bem difícil”, concluiu João Paulo Chaves, 14 anos, estudante do 9º ano do Colégio Acreano.
O ciclo de palestras de conscientização integra ações de prevenção à dependência química, orientando os alunos sobre as complicações patológicas diversas, os distúrbios e os problemas que prejudicam a convivência social do dependente de drogas, sem dar enfoque às substâncias, para não despertar a curiosidade por parte dos alunos.
O projeto-piloto atende 38 escolas urbanas e duas rurais de ensino fundamental – anos finais, em Rio Branco, com ferramentas objetivas que propõem a busca de soluções viáveis de prevenção e cura. Os personagens conversam com os alunos e contam suas experiências com o uso de drogas.
“O Escola sem Drogas é um projeto de apoio à vida escolar, à jornada escolar da criança. Aquela prevenção primária que deve ser feita em casa pelos pais, com a referência do exemplo deles, na escola complementamos, trazendo histórias que deram errado por causa de escolhas erradas de apenas um estudante no intervalo de escola, o que afetou a vida familiar, a carreira acadêmica e toda a vida da pessoa”, pontuou Arlem Maffra.
Ele relatou outro efeito colateral da escolha equivocada: “Eu, minha esposa e meus filhos passamos anos sendo hostilizados pelo problema das drogas, então nós transformamos isso em um projeto, um case a ser relatado como experiência para os alunos”.
O “encontrão”, considerado o ápice do projeto, reunirá todos os alunos que participaram do projeto no dia 1º de outubro, no auditório da SEE, com a presença do autor Filippe Maffra.