Educação nos presídios transforma realidades

O Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen), mantém há dez anos, no interior do complexo penitenciário da capital e nas demais Unidades do Estado, escolas que hoje educam aproximadamente 360 presos (Foto: Caroline Nunes/Iapen)
O Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen), mantém há dez anos, no interior do complexo penitenciário da capital e nas demais Unidades do Estado, escolas que hoje educam aproximadamente 360 presos (Foto: Caroline Nunes/Iapen)

O Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen), mantém há dez anos, no interior do complexo penitenciário da capital e nas demais Unidades do Estado, escolas que hoje educam aproximadamente 360 presos (Foto: Caroline Nunes/Iapen)

Ler, escrever, entender e crescer como ser humano são algumas das conquistas alcançadas por meio da educação. Acreditando nessa ferramenta de ressocialização, o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen) mantém há dez anos, no interior do complexo penitenciário da capital e nas demais unidades do Estado, escolas que hoje educam aproximadamente 360 presos.

“No início, o trabalho da educação baseava-se na alfabetização de jovens e adultos. Hoje, os presos que estudam podem sair do presídio até com o ensino médio completo. Ano passado, tivemos pela segunda vez a realização do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, nos estabelecimentos prisionais, e classificamos como positiva a experiência”, explica a diretora da sscola, Eleni Melo.

De acordo com Eleni, a oportunidade do Enem trouxe motivação para os reclusos no processo de inserção da educação nos presídios. Em 2010, três homens e quatro mulheres obtiveram certificação do ensino médio via Enem. Pelo ensino regular, no ano passado, 30% dos alunos que estudam na capital conseguiram aprovação. “Quando vemos os números, vemos os frutos. São resultados pequenos, mas os presos percebem que a educação pode transformá-los. A educação é com certeza uma alternativa para distanciá-los do mundo do crime”, disse Eleni.

Um exemplo de sucesso da educação no sistema prisional é o ex-preso Ricardo Arruda, que concluiu o ensino médio enquanto cumpria pena em regime fechado e hoje cursa o ensino superior fora do presídio, além de trabalhar no Tribunal de Justiça por meio de um convênio entre o Iapen e o TJ. “A educação escolar dentro das grades é muito importante. O sistema de cárcere abala psicologicamente. O estudo faz com que fiquemos focados no conhecimento, pensando em outras possibilidades de vida fora da criminalidade”, disse Arruda.

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Durante o período de reclusão, Arruda trabalhava na biblioteca da escola catalogando livros e participando do projeto que distribuía obras literárias nas celas, como forma de ressocialização dos presos. Hoje, sempre que solicitado, palestra sobre a escolarização e o processo de ressocialização. “Estudar modifica o pensamento das pessoas. A oportunidade de leitura, principalmente os livros de autoajuda, tem transformado homens e mulheres no cárcere”, afirma.

Visando a melhoria nos números das aprovações é que a gerência de trabalho e educação teve a ideia de confeccionar, para este ano, uma apostila com mais de 500 questões comentadas e sete provas do Enem já realizadas, e entregar nas celas de todos os presídios do Estado. Junto das apostilas com questões anteriores do Enem serão agregados três mil livros doados pela Secretaria de Estado de Educação (SEE). “Acreditamos nas ações da escola como um meio para ressocialização. Temos a educação como um instrumento para alcançar melhorias no sistema penitenciário acreano”, explica a gerente de Educação Ozânia Almeida.

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