Eduardo Coutinho é homenageado na 7ª Mostra Cinema e Direitos Humanos

Cena do documentário 'Cara Marcado para Morrer', de Eduardo Coutinho

Cena do documentário ‘Cara Marcado para Morrer’, de Eduardo Coutinho

A 7ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul começou na última segunda-feira, 10, e permanecerá até  sábado, 15, com sessões a partir das 13 horas, na Filmoteca Acreana. Neste ano, os organizadores homenageiam o cineasta paulista Eduardo Coutinho, que completará 80 anos em janeiro, considerado um dos documentaristas mais importantes do país. Político, sem ser panfletário, traz a emoção humana sem sentimentalismo e truques.

Seu trabalho é caracterizado pela profundidade e sensibilidade com que aborda problemas e aspirações da grande maioria marginalizada, seja em favelas, no sertão ou na boca do lixo. Expõe a realidade com um olhar atento e compreensivo, dando voz (ao invés de manipular) e concedendo, na montagem, o tempo necessário em cada plano para que a verdade das “personagens” possa se desvelar para a lente.

Os filmes de Coutinho

Prestes a completar 80 anos de idade, Eduardo Coutinho é homenageado com exibição de seus filmes na ª7 Mostra Cinema e Direitos Humanos na América Latina

Prestes a completar 80 anos de idade, Eduardo Coutinho é homenageado com a exibição de seus filmes na 7ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América Latina

Cabra Marcado para Morrer – Premiado no Festival de Berlim, o filme será apresentado na sexta-feira, 14, às 19 horas. O público conhecerá mais sobre o líder camponês João Pedro Teixeira, assassinado por ordem de latifundiários do Nordeste na década de 1960. Em razão do golpe militar de 1964, as filmagens do documentário tiveram que ser interrompidas e só foram retomadas 17 anos depois.

Eduardo Coutinho procurou Elizabeth Teixeira, viúva de João Pedro, e os seus dez filhos para contar o que viveram. Interpretada pelos próprios camponeses, o tema principal do filme passa a ser a trajetória de cada um dos personagens que, por meio de lembranças e imagens do passado, evocam o drama de uma família durante os longos anos do regime militar. O lançamento de “Cabra Marcada para Morrer” finalmente ocorreu em 1985.

O Fio da Memória – A obra trata da identidade cultural dos negros, do preconceito que sofrem e como eles povoam o imaginário popular. O foco está no trabalho de Gabriel Joaquim dos Santos, trabalhador de uma mina de sal, semianalfabeto e um artista negro. Construiu em São Pedro da Aldeia, no Rio de Janeiro, a Casa da Flor, um espaço de arte produzida com objetos encontrados no lixo. A exibição será no sábado, 15, às 19 horas.

Serviço: 7ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul – 10 a 15 de dezembro, das 13h às 19h – Filmoteca Acreana (Biblioteca Pública) – Av. Getúlio Vargas, s/n, Centro – Entrada franca! – Mais informações 9975-9533

Gabriel Joaquim dos Santos, personagem central do filme 'O Fio da Memória', de Eduardo Coutinho

Gabriel Joaquim dos Santos, personagem central do filme ‘O Fio da Memória’, de Eduardo Coutinho

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