É dia de entrega para o PAA! O produto inicia o caminho até o consumidor

PAA_doação_entrega_PAA_AJ_05_2014-7
Mocinha prepara os netos para a aula e as verduras para a doação na Ceasa (Foto: Arison Jardim/Secom)

Nas manhãs de terça-feira, enquanto o sol atravessa as nuvens para nascer, o Ramal São Pedro, em Rio Branco, enche-se de esperança com mais uma entrega de produtos para o Programa de Aquisição de alimentos (PAA). Na casa e na varanda de Élida Guimarães, a “Dona Mocinha”, presidente da Associação de Produtores do Polo Hélio Pimenta, acomodou-se, durante o dia anterior, a diversidade de frutas e verduras dos demais agricultores do ramal. É dia de levar a produção para o consumidor.

Tem gente que às 3 da manhã corre para Rio Branco com seus produtos na carroceria de um caminhão da Seaprof ou da Secretaria de Agricultura e Floresta de Rio Branco (Safra). Toda a produção, da capital e de municípios próximos, beneficiada pelo programa segue para a Central de Abastecimento de Rio Branco (Ceasa), e lá é dividida entre as 52 entidades cadastradas, trabalho organizado e executado pela Seaprof.

“Eu acho que é o melhor programa que temos, sempre falo aos meninos na reuniões.”

“Dona Mocinha” sobre o PAA

A agricultora e sua família não chegam a pular da cama assim “tão cedo” – às 5 da manhã abrem as portas e o trabalho recomeça: a família tem muito a fazer, e logo chegam mais produtores e amigos. Mocinha vai logo chamando para o café, que está coando, e começa a conversa: “Esse PAA, aqui na zona rural, mudou muito as coisas para a gente. Toda a nossa vida se desenvolveu”.

É na manhã de trabalho que “Dona Mocinha” revela um modo particular de ver o desenvolvimento seu e da família: “Não falta pão aqui em casa”. Ela explica que, nascida e crescida em Feijó, no Seringal São Miguel, sonhava um dia poder comer pão. Hoje faz questão de todos os dias ir à cidade e comprar para todos.

“Em 1997, vim para o polo e troquei minha casa na cidade por uma chácara. Até hoje estou aqui. Tenho uma horta, área com quiabo, fruteiras e um grande bananal no Rio Andirá”, conta a produtora, que desde 2005 faz parte do PAA, junto da filha. No Hélio Pimenta, 58 famílias, com 152 produtores, estão inseridas no programa.

Parcerias para a produção

Conhecer os produtores que participam desse programa de aquisição é ter oportunidade de entender como o Acre recebe produção rural e os agricultores familiares. Raimundo de Oliveira, o “Seu Ferreira”, é presidente da Associação de Agricultores do Seringal Nova União, em Porto Acre, que atende 48 famílias produtoras.

Os caminhões cheio de produtos seguem para a Ceasa (Foto: Arison Jardim/Secom)
Os caminhões cheios de produtos seguem para a Ceasa (Foto: Arison Jardim/Secom)

Ferreira está há pouco tempo fazendo entrega para o PAA. Para vender sua produção, viaja algumas horas por um ramal aberto em 2011 até o Rio Acre. Depois são mais duas horas de barco até o Ramal Linha 10, onde um caminhão da Seaprof o aguarda, bem como a outros produtores, para seguir até a Ceasa.

No dia 6 deste mês, uma terça-feira, Ferreira estava entregando banana, maxixe, laranja, mamão e tangerina. Na noite anterior, no porto ele comentava sobre sua relação com o PAA e outros programas: “Quem seria eu hoje se a gente não tivesse as parcerias? Esse PAA está bom mesmo. Não tem o atravessador chutando a gente, e como eu estava falando aos companheiros lá, a gente não gasta um litro de óleo [combustível]”.

banner-paa-10-anosDENTRO

Compartilhe:

WhatsApp
Facebook
Twitter