Dom Porquito transforma vida de produtores rurais no Alto Acre

Em três meses, com a entrega de 400 suínos, o produtor João Elias Neto conseguiu um lucro de mais de 11 mil reais (Foto: Leônidas Badaró)
Em três meses, com a entrega de 400 suínos, o produtor João Elias Neto conseguiu um lucro de mais de 11 mil reais (Foto: Leônidas Badaró)

Na zona rural de Epitaciolândia não é preciso muito esforço para encontrar produtores rurais comemorando o novo momento econômico na região do Alto Acre.

Desde a inauguração do moderno frigorífico da empresa Dom Porquito, em novembro do ano passado, a vida de quem se dedica à criação de suínos mudou completamente.

No Ramal Beira Rio, às margens da BR-317, encontramos o produtor João Elias Neto. Em pouco mais de um ano, ele já entregou quase dois mil porcos ao frigorífico. O resultado é menos trabalho, mais renda e melhoria na qualidade de vida da família do produtor.

“A criação de suínos mudou a minha vida. Na lavoura você trabalha o dia todo e o lucro é muito pequeno. Aqui, além de trabalhar bem menos, tem a certeza que a produção vai ser toda comprada”, afirma Elias Neto.

Frigorífico da Dom Porquito abate, em média, 200 suínos por dia e já tem perspectiva de aumentar esse número para 500 animais (Foto: Gleilson Miranda/Secom)
Frigorífico da Dom Porquito abate, em média, 200 suínos por dia e já tem perspectiva de aumentar esse número para 500 animais (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Um exemplo do quanto é rentável ao produtor rural a criação de suínos é que Elias Neto vai receber, livre de todos os custos, mais de 11 mil reais pela última entrega de cerca de 400 animais à Dom Porquito.

Como o ciclo de engorda dos suínos demora aproximadamente 90 dias, o valor representa uma renda de mais de 3 mil reais por mês. “É um dinheiro que eu não conseguiria com outra atividade. O bom é que a gente envolve toda a família, que acaba sendo beneficiada com essa renda”, explica o produtor.

Assim como Elias Neto, outros 34 produtores rurais fornecem atualmente suínos para a empresa. Segundo a cooperativa de criadores da região, existem hoje mais de 13 mil animais sendo engordados nos galpões na região do Alto Acre.

“O produtor que cria e entrega suíno para a Dom Porquito está feliz. Hoje, essa parceria tem mudado nossa vida. Agora, o produtor tem condições de dar uma qualidade de vida melhor pra família”, diz Cícero Tenório, presidente da cooperativa.

Produção do frigorífico cresce e alcança novos mercados

Dom Porquito se consolida no mercado do Acre, Rondônia, Amazonas, Roraima e está perto de fazer a primeira exportação para fora do Brasil (Foto: Gleilson Miranda/Secom)
Dom Porquito se consolida no mercado do Acre, Rondônia, Amazonas e Roraima, e está perto de fazer a primeira exportação para fora do Brasil (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Mas a satisfação não é só do produtor rural. A Dom Porquito comemora a parceria com os produtores e o crescimento da competitividade no mercado.

Atualmente a empresa emprega diretamente 198 funcionários, abate em média 200 suínos diariamente, produz cortes de carne congelada, resfriada, temperadas e produtos industrializados.

A produção de embutidos como salsinhas e linguiças já chega a 250 toneladas por dia. “Já estamos atendendo os mercados do Acre, Rondônia, Amazonas e Roraima. Em breve, devemos enviar nossa primeira encomenda para Hong Kong, na Ásia”, diz Alder Cruz, diretor industrial da Dom Porquito.

Em maio deste ano, o Acre conseguiu o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal como zona livre da peste suína clássica, que permite que a carne produzida possa ser exportada para outros países.

“Ficamos felizes em fazer parte deste momento especial para a economia do Acre. O reconhecimento foi o resultado de um trabalho de cinco anos do Idaf”, explica Ronaldo Queiróz, diretor-presidente do instituto.

‡Com o sucesso de outros produtores, o casal Valdinei e Lucenir conseguiu um financiamento está construindo um galpão para a criação de mil suínos (Foto: Leônidas Badaró)
‡Com o sucesso de outros produtores, o casal Valdinei e Lucenir conseguiu um financiamento e está construindo um galpão para a criação de mil suínos (Foto: Leônidas Badaró)

A boa notícia é que, como o cenário é de crescimento no setor, vai se abrindo espaço para que novos produtores sejam inseridos na cadeia produtiva dos suínos. É o caso do casal Valdinei da Silva e Lucenir Rufino.

Com o sucesso do empreendimento na região, eles decidiram pegar um financiamento de 250 mil reais e estão construindo um galpão que vai permitir a criação de até mil animais.

A família trabalha unida e sonha com os dias melhores que virão com a criação dos suínos. “Estamos realizando um sonho. Sabemos que nossa vida será outra quando esse galpão receber os primeiros animais”, diz Silva.

Lucenir, orgulhosa, fala do envolvimento da família na construção. “Isso aqui só tá se erguendo do chão porque temos união. Trabalhamos juntos e o nosso sonho tá perto de virar realidade.”