Dois maiores programas do governo do estado devem gerar 30 mil empregos

Dione Calixto é um dos candidatos às vagas de trabalho na Cidade do Povo (Foto: Angela Peres/Secom)

Dione Calixto é um dos candidatos às vagas de trabalho na Cidade do Povo (Foto: Angela Peres/Secom)

Dione Calixto da Silva tem apenas 19 anos. A carteira de trabalho, documento que ele segurava um tanto ansioso nas mãos, nunca foi assinada. Toda sua experiência profissional se resume a alguns bicos como servente de obras. Na manhã desta quinta-feira ele e os primos foram ao local em que está sendo erguida a Cidade do Povo para tentar a sorte: se cadastrar pra uma das milhares vagas de trabalho que serão abertas. A falta de conhecimentos técnicos não é um fator limitante para a seleção, pois o governo deve capacitar  a mão de obra em parceria com as empresas e o Sistema Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

Mais de 30 mil empregos. Este é o saldo que os dois grandes programas sociais e de infraestrutura do Acre vão gerar. O programa Ruas do Povo, ao final de sua execução, terá gerado pelo menos dez mil empregos. Os outros vinte mil ficarão por conta da Cidade do Povo, um investimento de R$ 1,1 bilhão de reais, fruto de um sonho que já começou a ser erguido. O aquecimento da construção civil gera um efeito dominó em outras cadeias produtivas: alimentação, vestuário, comércio. Os dados revelam um Acre em desenvolvimento e expansão, confirmados pela última Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostra o estado com a terceira menor taxa de desemprego do país.

Cidade do Povo terá 15 mil trabalhadores no auge da obra

"Mas se eles ensinarem eu estou disposta aprender. O que eu não quero é ficar parada", diz a candidata Sirlane Vieira (Foto: Angela Peres/Secom)

“O trabalho pode ser pesado mas, se eles ensinarem, eu estou disposta aprender. O que eu não quero é ficar parada”, diz a candidata Sirlane Vieira (Foto: Angela Peres/Secom)

Sirlane Vieira da Silva tem 27 anos, um diploma de Educação Física e uma dezena de cursinhos profissionalizantes no currículo, que vão de informática básica a técnicas de vendas. Quando soube do cadastro para os postos de trabalho pelo Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon), ela não pensou duas vezes: sem emprego há cinco meses, pegou os documentos e foi até o local tentar a sorte. “Eu sei que a maioria das vagas são para trabalhos pesados e eu nunca fiz isso. Mas se eles ensinarem eu estou disposta aprender. O que eu não quero é ficar parada. E como sou professora de Educação Física, vai que rola uma ginástica laboral para os trabalhadores”, brincou a candidata.

O maior projeto habitacional do estado, que é  também um programa social e de infraestrutura, não é grande apenas em sua concepção. Um estudo apresentado pela Federação das Indústrias do Acre (Fieac), assinado pelo economista Carlos Estevão e feito pela Universidade Federal do Acre (Ufac), estima que a Cidade do Povo vai gerar 8,8 mil empregos e 11.760 indiretos, totalizando mais de 20 mil empregos ao longo da obra. Os especialistas acreditam que no auge da construção haverá 15 mil trabalhadores diariamente se revezando nas diversas funções da construção civil.

Cidade do Povo vai movimentar R$ 7,2 milhões por mês em salário (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Cidade do Povo vai movimentar R$ 7,2 milhões por mês em salário (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

A outra boa notícia é que o mercado não vai exigir qualificação da mão de obra ou experiência comprovada. Quem nunca trabalhou, mas está disposto a aprender terá oportunidade. O cadastramento de trabalhadores já começou no canteiro de obras da Cidade do Povo e todos serão qualificados para exercer o trabalho, nas mais diversas áreas. O estudo da Fieac aponta vagas em diversos postos, de engenheiro a vigia noturno, passando por carpinteiro, pedreiro, eletricista, encanadores, motoristas, montadores, serventes, desenhista projetista, soldadores, topógrafo, marmorista…

Somente os empregos que serão gerados pela Cidade do Povo vão movimentar um total de R$ 7,2 milhões por mês em salários, que devem ser gastos em educação, pequenas construções, restaurantes, drogarias, supermercados e outros setores.

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Ruas do Povo deve gerar 3,7 mil empregos diretos e 4,1 mil indiretos em 2013

Durante toda sua execução deve gerar 10 mil empregos diretos e indiretos (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Durante toda sua execução o programa deve gerar 10 mil empregos diretos e indiretos (Foto: Sérgio Vale/Secom)

O programa Ruas do Povo tem sido uma grande fonte geradora de empregos. Em 2012 foram gerados 3,6 mil empregos diretos e 4 mil indiretos, somando com os 2.040 empregos que foram gerados em 2011. Para este ano 39 empresas já estão contratadas para a execução das obras em todo o estado. A estimativa é pavimentar 392 ruas no interior e 728 em Rio Branco, num total de investimentos de R$ 370 milhões. 

O programa está em execução desde os primeiros meses da gestão de Tião Viana e é fruto de um compromisso assumido durante a campanha. A principio todas as ruas seriam pavimentadas com tijolos para fomentar o setor ceramista, mas as olarias do estado não deram conta da demanda e mesmo produzindo na capacidade máxima para não atrasar as obras foi o usada a pavimentação em TSD (Tratamento Superficial Duplo), o chamado asfalto frio.

{xtypo_quote_right}A estimativa é pavimentar 392 ruas no interior e 728 em Rio Branco {/xtypo_quote_right}Marcos Lourenço, diretor de Pavimentação do Depasa, explica que com base na quantidade de ruas a serem executadas no cronograma deste ano devem ser gerados 3,7 mil empregos diretos e 4,1 mil empregos indiretos. “Quem faz essa seleção são as empresas contratadas. As vagas em geral são para pedreiro, operadores de máquina, encarregados, serventes, ajudantes, carpinteiros e mestres de obras. A recomendação que fazemos é para que seja utilizado o máximo de mão de obra local para aquecer a economia dos municípios”, disse.{/xtypo_rounded2}

Serviço

O cadastro de candidatos para as vagas da Cidade do Povo é feito até o próximo dia 05, das 08 às 14h, na própria obra (BR-364 km 05) pelo Sinduscon. São necessários comprovante de endereço, carteira de trabalho, RG, CPF, certificado militar, Pis e CNH (para os candidatos a motorista).

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