Filme será exibido nesta sexta-feira e mostra como a determinação de grupo fez nascer e evoluir a sétima arte no estado
Muitas ideias na cabeça… e uma câmera no ombro. O famoso cineasta brasileiro Glauber Rocha já dizia que para fazer cinema não é preciso ter grandes recursos, mas vontade de fazer. Foi com esse espírito que o cinema do Acre surgiu e cresceu ao longo das últimas décadas. Na década de 70, quando a distância do estado com os grandes centros parecia ainda maior, um grupo iniciou um movimento para produção cinematográfica. Em 1979 foi fundado o 1º grupo nesse sentido, o Ecaja: Estúdio Cinematográfico Amados de Jovens Acreanos. Entidade que futuramente gerou a Associação do Cinema do Acre, Asacine.
A história do Cinema Acreano é uma trajetória de desafios e conquistas, que está sendo apresentada pela estudante de jornalismo da Ufac, Adriana Oliveira, no documentário "Uma câmera no ombro". No vídeo de 30 minutos, ela reúne depoimentos dos pioneiros nesse movimento, como Adalberto Queiroz e Tonivan, entre outros.
O documentário será apresentado nesta sexta-feira, 14, no Teatro Hélio Melo a partir das 19 horas. A ideia de fazer o filme surgiu de um trabalho acadêmico sobre o tema. "Eu me interessei em abordar essa questão das dificuldades enfrentadas pelos produtores", afirma Adriana.
O cineasta acreano Guilherme Francisco também contribuiu com esse registro. Autor de vários filmes de ficção que retratam contextos sociais, ele lembra que se apaixonou pela sétima arte ainda na infância. E passou o resto da vida se dedicando às produções. "Tudo sempre foi muito difícil. Nos filmes era eu quem filmava, atuava, dirigia, produzia, enfim, a gente aprendeu a fazer de tudo um pouco. Começamos com a produção de 8 mm, depois VHS e agora estamos usando o formato digital para os filmes".
Guilherme traduz um pouco o que foi esse pioneirismo. "Sempre tivemos vontade de fazer. É preciso acreditar que você é capaz. Nós tivemos a oportunidade de participar de vários cursos, desde filmagem até artes dramáticas, o que nos ajudou a investir no nosso sonho".
Adriana Oliveira convida os interessados em conhecer um pouco melhor essa trajetória, na exibição do documentário que tem censura livre e entrada gratuita.