Do berrante à flauta indígena: mini-ópera acreana encanta público na reabertura do teatro

miniopera.jpgUma lenda inspirada no cenário do próprio quintal da Usina de Arte João Donato deu origem a um espetáculo que obteve a atenção da platéia, tirou sorrisos, gargalhadas e aplausos do público. "A Lenda da Mulher do Jacaré" é o nome da mini-ópera apresentada na noite de terça-feira, 20, paralelo à exposição com o museu Giramundo, durante a reabertura do teatro Plácido de Castro, o Teatrão.

A mini-ópera é um passeio pelos personagens conhecidos do povo que mora na Amazônia. Em cena as grandes estrelas por trás dos bonecos, cenários e instrumentos musicais foram os alunos das oficinas de Música, Teatro e Artes Plásticas da própria Usina. Os aprendizes do curso de Cinema também participaram registrando tudo em vídeo.

O espetáculo reuniu talentos, pessoas que aprenderam ou aperfeiçoaram seus conhecimentos na arte de pintar, confeccionar bonecos, cantar e atuar. À frente dos alunos os profissionais Roberto Büguel, Danilo D’Sacre, João das Neves, Maurice Capovilla e a diretora-geral da Usina de Arte, Clarisse Baptista.

"A Lenda da Mulher do Jacaré" tem como tradução maior a interação, por reunir desde o tocar de um berrante ao sopro da gaita indígena. O que se viu na noite que trouxe de volta um dos mais importantes palcos da cultura acreana, foi uma grande amostra dos frutos que pode gerar o aprendizado de quem se dedica a arte, principalmente com profissionais de grande respaldo nacional, que participam desse processo através de oficinas. Afinal, já ministraram aulas na Usina, a convite dos coordenadores, Stivie Harter, Grupo Barbatuques, Grupo Lume, Helena Konstantinovina e outros.

O governador Binho Marques comenta que foram investidos R$ 800 mil reais na reforma do Teatrão. Ressaltou ser um grande investimento na cultura do Acre, em um espaço que, segundo ele, é de grande importância na vida dos acreanos e na cultura do Estado.

miniopera_dionina.jpgEm cena – A história da mini-ópera é apresentada por meio do romance, um triângulo amoroso entre os jacarés Lucrécia e Castano, e o Zelador, um Cuandu. Um espetáculo em que a arte transforma animais em personagens de um drama shakespeariano. "A Lenda da Mulher do Jacaré" é mais que uma ampla expressão artística, é também uma prova de que a arte não tem barreiras. Uma das atrizes em cena é o exemplo disso.

Dionina Gomes de Souza, de 74 anos, há quatro anos decidiu se dedicar a arte, começou atuando na peça "O abrigo dos esquecidos", promovida pelo Sesc-Acre, e hoje é uma das alunas da Usina de Arte João Donato. "Faço arte por prazer, pela vontade grande que tenho de atuar. Estou muito feliz em subir ao palco do teatrão", comenta.  

 

 

Compartilhe:

WhatsApp
Facebook
Twitter