Diretor da Odebrecht apresenta obras da Interoceânica durante encontro em Cusco

Representante empresa que lidera o consórcio responsável pela obra diz o cronograma está sendo cumprido e que desafio agora é garantir a sustentabilidade de quem vive às margens da rodovia

 

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Diretor da Odebrecht diz que a região é de uma biodiversidade própria para o desenvolvimento do turismo e reconhece as muitas possibilidades de negócios sustentáveis ao longo da rodovia(Foto: Sérgio Vale)

A mais importante obra do processo de interação entre o Brasil e o Peru, a Interoceânica, que ligará a fronteira brasileira, no Acre, aos portos peruanos de Ilo, Matarani e San Juan estará pronta no 1º trimestre de 2011, segundo o diretor da Odebrecht no Peru, Delcy Machado Filho , que falou sobre as obras durante a Semana da Amazônia Brasileira em Cusco.

Com participação de 70%, a Odebrecht lidera o consórcio Conirsa, formado por quatro empresas, que venceu a licitação promovida pelo governo do Peru para a construção de dois dos cinco trechos da rodovia. São 710 quilômetros nos trechos 2 e 3, nas regiões (equivalentes aos Estados brasileiros) de Cuzco e Madre de Dios. A expectativa, segundo o diretor, é chegar ao final de 2009 com 635 quilômetros dos trechos pavimentados, faltando apenas 65 quilômetros para concluir em 2010.

Atualmente, são 5.392 pessoas trabalhando na obra e mais de 1.500 tipos de equipamentos pesados que ajudam a superar os desafios de construir uma estrada que atravessa desde a selva amazônica até montanhas com 4,7 mil metros de altura acima do nível do mar, nos Andes peruanos, a temperaturas de 30 graus negativos.

A conclusão de uma rodovia interoceânica que ligará a fronteira brasileira aos portos peruanos de Ilo, Matarani e San Juan, que soma mais de 2,5 mil quilômetros de extensão, deve reduzir em aproximadamente 6 mil quilômetros a distância comercial com a Ásia, criando a expectativa de que essa rota sirva de alternativa para escoamento da produção de produtos dos estados do Norte e Centro-Oeste à Ásia, promovendo o intercâmbio não apenas comercial, mas social e cultural entre os dois países.

De acordo com Delcy Machado, mesmo sem estar totalmente concluída, já é possível perceber resultados no processo de integração e desenvolvimento das regiões por onde passa a rodovia. “Atualmente são 23 empresas de transporte terrestre operando na Interoceânica, incluindo a que faz o trajeto Rio Branco-Porto Maldonado, no Peru; desde 2005 o número de estabelecimentos em Urcos, Ccatcca e Ocongate praticamente duplicou; houve aumento no setor da construção civil e na ocupação dos hotéis; os voos entre as cidades foi ampliado, ou seja, a gente já começa a sentir as mudanças de forma muito rápida”, afirmou.

As dificuldades de se construir a estrada estão sendo superadas segundo o representante. Mas fica outro desafio ainda maior: o de garantir a sustentabilidade econômica, social e ambiental das comunidades por onde passa a rodovia.

“A região é de uma biodiversidade própria para o desenvolvimento do turismo, atividades ambientais como a certificação de madeira, ou seja, existem muitas possibilidades de negócios sustentáveis ao longo da rodovia e é importante garantir que ela não sirva apenas para passagem de cargas”, avalia.

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