Diabetes: doença silenciosa que pode devastar o organismo

Deywid de Lima realiza tratamento de diabetes desde 2010 pela rede pública de saúde (Foto: Assessoria Sesacre)

Deywid de Lima realiza tratamento de diabetes desde 2010 pela rede pública de saúde (Foto: Assessoria Sesacre)

O autônomo Deywid de Lima, 34, portador de diabetes do tipo 2, comenta como e quando foi diagnosticado com a doença. “Eu era uma pessoa normal: trabalhava, fazia minhas atividades normalmente durante o dia. De repente, comecei a sentir fraqueza, cansaço excessivo, tive perda de peso. Então, procurei um médico”, relata.

Deywid explica que na época tinha um plano de saúde privado. Quando foi consultado, fez uma bateria de exames e ficou internado em um hospital particular durante sete dias. “Após esse período, fui para casa, tomei insulina durante certo tempo, e as taxas de glicose tinham normalizado”, lembra.

A falta de orientação adequada sobre as mudanças de hábitos alimentares e prática de atividades físicas, por exemplo, fizeram com que o rapaz tivesse uma alta nas taxas de glicose. “Perdi mais de 10 quilos e, em poucas semanas, os sintomas voltaram mais fortes e rapidamente procurei um médico, dessa vez no Hospital das Clínicas [HC] de Rio Branco. Isso foi em 2010, quando fui internado mais uma vez em estado crítico, na rede pública de saúde”, descreve Deywid.

O paciente recorda que a equipe médica do HC o chamou para uma conversa, tendo sido explicado sobre o que era o diabetes e como ele iria procurar tratamento a partir dali.

“Fui encaminhado para um posto de saúde e acolhido muito bem pela equipe. Realizei um cadastro para dar início ao tratamento. Hoje, recebo pela rede pública de saúde as seringas, insulinas NPH, o aparelho de glicasímetro [medidor da taxa de glicose no sangue] e o breeze [discos de tiras de testes para a análise de glicose sanguínea]”, finaliza.

Dia Mundial do Diabetes

No dia em que é lembrado o diabetes, 14 de novembro, o governo do Estado, por meio das secretarias estadual e municipal de Saúde, apoia a realização de uma série de atividades de conscientização sobre os sintomas de alerta da doença.

A ação visa promover e incentivar o diagnóstico precoce do diabetes para reduzir os principais fatores de risco para o diabetes tipo 2 e prevenir ou retardar as complicações da doença. As atividades são realizadas em várias unidades de saúde de Rio Branco.

“Estamos realizando atividades educativas, verificação de glicemia capilar, palestras, café da manhã e orientações individuais”, destaca a técnica da Divisão de Prevenção e Promoção à Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), Ana Paula Medeiros.

O governo do Acre oferece todo o suporte para que os pacientes possam ter acesso ao tratamento do diabetes pela rede pública de saúde. No entanto, toda a iniciação para combater a doença é feita pela atenção básica de saúde, que é de responsabilidade dos municípios.

A Sesacre realiza capacitação de profissionais de saúde e acompanha os municípios nas campanhas de conscientização, além de disponibilizar atendimento de alta complexidade para casos especializados.

O que é diabetes

Doença metabólica que se caracteriza por aumento do nível de glicose no sangue (hiperglicemia), conhecida como Diabetes Mellitus, que pode ser do tipo 1, quando o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina, e tipo 2, causado por células mais resistentes à insulina.

Dados do Ministério da Saúde mostram que a prevalência da população brasileira portadora de diabetes é de 5,6%, o que tende a aumentar nos próximos anos, não só pelo crescimento e envelhecimento da população, mas, sobretudo, devido a um pequeno conjunto de fatores de risco responsável pela grande maioria das mortes por doenças crônicas não transmissíveis. Dentre esses fatores, destacam-se o tabagismo, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, dietas inadequadas e a inatividade física.

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Sintomas

Sede, vontade de urinar com frequência, fome, perda de peso, visão turva, formigamento nas mãos e nos pés, infecções vaginais são alguns dos sintomas que podem decorrer do diabetes. Mas ela também pode ser assintomática, ou seja, não provocar nenhum sintoma.

Diagnóstico

O exame mais comum para medir o nível de glicose no sangue se chama Glicemia de Jejum. É um teste feito por meio do sangue venoso. O resultado é considerado normal quando a taxa de glicose varia de 70 até 110 mg/dl.

Se o resultado ficar em torno de 110 e 125 mg/dl, o indivíduo é portador de glicemia em jejum inapropriada. Assim, torna-se necessária a realização do exame conhecido como teste oral de tolerância à glicose. Ocorrendo um resultado igual ou acima de 126 mg/dl, em pelo menos dois exames consecutivos, fica então confirmado o diagnóstico de diabetes. Com uma glicemia superior a 140 mg/dl, mesmo a amostra sendo recolhida a qualquer hora do dia, já se confirma o diagnóstico do diabetes.

Fatores de risco e possíveis complicações

Os principais fatores para o desenvolvimento do diabetes são: obesidade, excesso de ingestão de açúcar e gordura, sedentarismo, estresse, alcoolismoo, idade e hereditariedade. Já as possíveis complicações são hipertensão, derrame cerebral, hemorragias na retina, cegueira, infartos, aumento do colesterol e dos triglicerídeos, distúrbios de cicatrização e amputações.

Tratamento é feito nas unidades de saúde e no Hospital das Clínicas (Fotos: Assessoria Sesacre)

Tratamento é feito nas unidades de saúde e no Hospital das Clínicas (Fotos: Assessoria Sesacre)

Tratamento e prevenção

O tratamento do diabetes pode variar de acordo com o tipo e o nível de glicemia e incluir alimentação apropriada, exercícios físicos, hipoglicemiantes orais (comprimidos) e insulina.

Pode-se prevenir o diabetes tipo 2 da seguinte forma: controlando o peso, exercitando-se com regularidade, alimentando-se corretamente, evitando a ingestão de bebidas alcoólicas, dormindo bem e mantendo o estresse sob controle. Infelizmente, não é possível prevenir o diabetes tipo 1, porque ele é hereditário.

Os exercícios combatem alguns fatores de risco para o diabetes, como obesidade, sedentarismo e estresse, por exemplo. Mas não é  só isso. Eles também favorecem a penetração da glicose nas células musculares (em atividade), mesmo na ausência de insulina. Além disso, os músculos em exercício absorvem e queimam mais glicose proveniente da corrente sanguínea, favorecendo o controle da glicemia.

Na alimentação para os diabéticos, é necessário evitar a ingestão de doces, bolos, tortas, sorvetes, refrigerantes e outras bebidas adoçadas, bem como massas elaboradas com farinha branca e arroz branco.

Todos esses itens têm alto índice glicêmico (fazem a glicemia aumentar rapidamente), por isso devem ser substituídos por alimentos com índice glicêmico mais baixo, como, por exemplo, pães elaborados com farinha e arroz integrais. Deve-se evitar, ainda, o consumo de frituras, carnes gordurosas e bebidas alcoólicas. O consumo de vegetais frescos deve ser priorizado.

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