É hora de cuidar do Brasil!
"Educar é crescer. E crescer é viver. Educação é, assim, vida no sentido mais autêntico da palavra". O autor desta frase é o educador e um dos personagens centrais na história da educação no Brasil, Anísio Teixeira, que transparece em seu discurso o valor do conhecimento na vida do cidadão.
O processo de formação educacional de cada indivíduo se inicia no seio familiar e segue com seu ingresso na escola, sendo essa a etapa da instrução. Todavia, é um erro dizer que o processo de aprendizagem termina na vida adulta, quando se sai da escola. A educação é, sim, um processo contínuo, para toda a vida, que envolve o desenvolvimento integral de cada um, nas mais diversas áreas. O verdadeiro sentido da educação é o social, cujo fim é aumentar a qualidade de vida de cada pessoa e, num âmbito maior, da sociedade.
A educação ambiental enfatiza o respeito pelos diferentes ecossistemas e culturas humanas do planeta. Sendo o lema "Pensar globalmente, agir localmente", o que configura o esclarecimento obtido após os impactos ambientais, que se evidenciaram a partir da década de 80.
Assim, no Brasil são desenvolvidos programas de educação ambiental afim de promover, simultaneamente, o desenvolvimento de conhecimentos, atitudes e habilidades necessárias à preservação e conservação da natureza, além de campanhas e ações. Evidencia-se a Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, que instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental, pela qual foi legitimada a importância dessa atividade.
A educação ambiental é considerada hoje como uma resposta para a sobrevivência da humanidade nas próximas décadas, pois depende da capacidade do ser humano compreender os princípios básicos da meio ambiente e adaptar-se a eles. Por isso, uma nova tendência é esse ramo da educação se tornar uma qualificação essencial para os políticos, líderes empresariais e profissionais de todas as áreas, e ser finalmente considerado um assunto essencial na educação primária, secundária e superior.
Esse é um processo que envolve ideologias, políticas e que traz em si as perspectivas para o futuro, o respeito, um modo de viver sustentável, que necessita de apoio de todos. E como conclui Paulo Freire: "Não se pode falar de educação sem amor".
Uma grande parceria
Os órgãos ligados diretamente à temática ambiental no Acre são a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, o Instituto de Meio Ambiente, Instituto de Terras, Secretaria Municipal de Meio Ambiente, IBAMA e a Secretaria de Extensão Agro-florestal e Produção Familiar. A grande estratégia para a educação ambiental desenvolvida pelo Governo do Estado do Acre é a integração.
Um bom exemplo é o compartilhamento de um calendário para as ações de cada secretaria. A intenção é que, tendo apenas um foco, seja gerado um fortalecimento das atividades, com um maior envolvimento das organizações, apoio técnico, financeiro e institucional.
O estado também possui a Rede Acreana de Educação Ambiental – RAEA que é um movimento de articulação entre educadores ligados à Educação Ambiental no Estado do Acre. Os membros participam de assembleias, encontros e discussões da RAEA, assim como de sua gestão.
"A rede facilita a comunicação entre os educadores ambientais do estado e destes com a sociedade em geral", comenta o técnico da Sema, Ricardo Souza.
Assim como a aceitação das práticas ecológicas tem crescido, outros parceiros têm dado novas perspectivas para esse movimento. Um exemplo disso é a incorporação dos Jogos Ambientais, um produto de educação ambiental infantil desenvolvido pela Sema e Secretaria de Estado de Educação, que será incluído na grade curricular das escolas de ensino fundamental.
Fizeram-se necessário à elaboração de materiais didáticos e realizadas campanhas de sensibilização, ou seja, os instrumentos para a educação ambiental também têm se aprimorado. Foram desenvolvidos mapas temáticos, cartilhas, a mochila do educador ambiental que foi lançada recentemente, entre outros produtos e publicações. No dia 15, coincidindo com as comemorações ao dia do educador, vai ser publicada a cartilha do Plano Estadual de Recursos Hídricos.
"O Instituto de Meio Ambiente possui uma divisão de educação ambiental que trabalha com a difusão das informações sobre o licenciamento ambiental das atividades e empreendimentos potencialmente poluidores. O grande desafio é desenvolver uma linguagem acessível ao público, que esclareça termos técnicos e procedimentos necessários para a obtenção do licenciamento", explica o chefe da divisão, João Anibal.
Há atualmente também prêmios ambientais, apoio de financiadoras nacionais e internacionais e vários cursos, pós-graduações e mestrados novos voltados para a inovação educacional e pedagógica na área ambiental.
Educação vem de casa
Vale salientar o trabalho de sensibilização direcionado para os servidores através da Agenda Ambiental na Administração Pública – A3P, um programa do Ministério do Meio Ambiente que tem o objetivo de evitar o desperdício, reduzir gastos, reutilizar materiais e incentivar a coleta seletiva nos órgãos públicos.
O maior exemplo da A3P no cotidiano público é o uso de canecas, para substituir o consumo de copos descartáveis. Pois é uma necessidade tomar água várias vezes ao dia, mas não é uma necessidade gastar vários copos.
"Trabalhar com o meio ambiente, muda a nossa vida. O jeito de enxergar as coisas, a nossa rotina e jeito de agir", comenta a educadora ambiental Antonieta Mello. E completa a chefe da divisão de gestão de bacias hidrográficas, Marli Ferreira: "Seríamos hipócritas se a gente ensinasse sobre preservação do meio ambiente, e aqui no trabalho não tivéssemos uma atitude condizente. A educação começa em casa!"
Nesse mês, uma atividade que evidenciou essas práticas foi a "Gincana A3P", que aconteceu no Imac, como atividade alusiva ao aniversário do órgão. A instituição foi dividida em equipes e se essas se encarregaram de coletar os materiais recicláveis em suas residências e em órgãos públicos, no sentido de disseminar a idéia e evitar a destinação inadequada de resíduos. Como resultado da Gincana, o IMAC coletou e destinou ao Projeto CATAR (cooperativa de catadores), quase três toneladas de material. Um ganho ambiental considerável que estimulou e despertou o interesse de todos os envolvidos.
Jogos Ambientais: difundindo cultura e valorizando a Amazônia
Os Jogos Ambientais foram idealizados com a finalidade de levar cultura e história do estado e da Amazônia, aliados a conscientização quanto a questões socioambientais. É um instrumento lúdico que atrai principalmente as crianças, mas também é estimula a curiosidade dos adultos.
A coletânea compreende 11 jogos, sendo eles um jogo da memória, jogos de perguntas e respostas, quebra-cabeças e jogos de tabuleiro. Os jogos auxiliam no processo educativo da criança, já que estimulam o raciocínio, linguagem, cooperação e melhor assimilação da realidade.
"Os jogos ambientais são uma estratégia inovadora para a difusão ambiental. Todos os trabalhos que fizemos tivemos sucesso com o público infantil, porque eles assimilam o conteúdo de forma mais rápida, ao mesmo em tempo que se envolvem com a diversão", afirma a coordenadora da Divisão de Difusão Ambiental da Sema, Daniela Carioca.