Desmatamento nas Unidades de Conservação cai 84,58 % no Acre

Números em queda demonstram que política em prática no Estado é viável

Dados divulgados nesta quinta-feira, 17, pelo Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) revelam que o Acre registrou uma queda no índice de desmatamento nas áreas das unidades de conservação estaduais e federais. Os números fazem parte do relatório divulgado anualmente sobre as áreas protegidas. O Programa de Monitoramento de Áreas Especiais (ProAE) implantado em 2005 analisa os dados do desmatamento dos Estados que compõem a Amazônia. Inicialmente somente os índices de Mato Grosso, Rondônia e Acre eram contabilizados pelo órgão federal. A partir desde ano a metodologia do Programa está sendo estendida aos outros Estados.

As sete Unidades de Conservação Estaduais do Acre registraram o maior percentual de diminuição de áreas desmatadas. No período de 2005-2006 foram desmatados mais de 7.314 ha, enquanto que em 2006-2007 este número chegou a 1.128 ha, o que representa uma queda de 84,58% na área desmatada. Fazem parte das Unidades de Conservação Estaduais a APA Igarapé São Francisco, APA Raimundo Irineu Serra (gerenciada pela Prefeitura de Rio Branco), FERS Antimary, FERS Mogno, FERS Rio Gregório, FERS Rio Liberdade (gerenciadas pela Secretaria Estadual de Floresta) e PARES Chandless (gerenciado pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente).

De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Eufran Amaral, a divulgação dos dados em conjunto pelo Sipam e pelo Governo do Acre representa a transparência das informações acerca do desmatamento no Estado. Ele informou ainda que a partir de 2008 o sistema de monitoramento será feito de forma integrada pelo Sipam e pelo governo estadual com o Núcleo de Geoprocessamento do SISMAT (Sistema de Meio Ambiente e Território) e pelo Centro de Referência de Geoprocessamento da FUNTAC. Os números favoráveis apresentados em relação a queda significativa do desmatamento nas Unidades de Conservação Estadual são decorrentes das políticas de desenvolvimento sustentável com inserção de novas tecnologias que estão sendo implantadas, como por exemplo na área de produção como o roçado sustentável e a inserção das unidades de conservação como zonas de atendimento prioritário. “Os níveis traduzem o trabalho coletivo e integrado das três esferas de governo. O monitoramento é mais uma das ferramentas que permite a tomada de decisão de forma eficiente e local”, enfatizou o secretário.

Os números em relação as onze Unidades de Conservação Federais do Acre também são animadores entre 2005 e 2006 foram desmatados 7.314 ha, no período de 2006 a 2007, de acordo com os dados divulgados pelo Sipam a área desmatada foi de 1.128 ha, registrando uma diminuição de 84,6%.

Para o superintendente do Ibama, Anselmo Forneck, após a divulgação dos dados o próximo passo será a visita dos órgãos fiscalizadores às unidades de conservação para validação dos dados.

Os dados referentes ao desmatamento nas terras indígenas também foram apresentados. No período de 2005 a 2006 foi desmatado 2.186,4 ha, e entre 2006 e 2007 foram 5.579 ha.

O diretor do Sipam Marcelo de Carvalho enfatizou a tendência significativa de diminuição dos índices de desmatamento no Acre. “O ProAE oferece parâmetros e estratégias de ação para promover o desenvolvimento sustentável nos Estados”, disse ele.

Para o gerente do Centro Técnico e Operacional de Porto Velho, José Neumar da Silveira o desmatamento desenvolvido no Acre segue características peculiares, ele é feito ao longo dos rios e em pequeno blocos, o que segundo ele caracteriza o desmate para a produção familiar.

As estatísticas gerais revelam que em um ano 13 mil hectares foram desmatados no Acre, sendo 1,12 mil ha nas Unidades Estaduais, 6 mil ha nas Federais e 5,57 mil ha nas terras indígenas.

O Governo do Estado definiu as áreas das terras indígenas como uma das Zonas de Atendimento Prioritário (ZAP), estão sendo elaboradas políticas com alternativas que levem em conta a valorização cultural para o uso racional dos territórios utilizando como ferramentas de planejamento os Planos de Uso das Terras Indígenas. Os dados apresentados serão confrontados com os índices monitorados pelo Instituto de Meio Ambiente e pela Fundação de Tecnologia do Acre. “Além disso, faremos visitas aos locais para analisar as informações e garantir a integração com os dados de alta resoluções produzidos pelo Estado de forma que tenhamos ações específicas nas áreas que houveram alterações”, finalizou Eufran Amaral.

 

Compartilhe:

WhatsApp
Facebook
Twitter