Com o objetivo de conscientizar as vítimas da enchente do Rio Acre quanto aos cuidados que devem ser tomados ao retornarem para suas casas, as secretarias estadual e municipal de Saúde realizaram nos abrigos públicos a distribuição de materiais informativos – cartazes e panfletos – com orientações de como limpar as casas, as caixas d’águas e os poços para evitar as doenças decorrentes das águas contaminadas.
“Agora estamos em um momento de muita atenção, pois, com a baixa das águas e o retorno das famílias para suas casas, há um grande risco de contrair doenças pelo contato com a água e a lama contaminada deixada durante a enchente. Sendo assim, o governo e a prefeitura de Rio Branco realizam campanhas junto à população para orientar sobre esses cuidados. É de suma importância que as pessoas tenham consciência de que só devem retornar a seus lares com autorização da Defesa Civil”, enfatiza a gerente do Departamento de Vigilância em Saúde, Izanelda Magalhães.
A equipe é composta por cinco profissionais da Vigilância Epidemiológica (Estado e município), distribuídos por abrigos. De acordo com Izanelda o governo do Estado orienta a população e distribui material educativo de como higienizar as casas atingidas pela alagação. “Já a prefeitura realiza a distribuição dos kits pós-enchentes que contêm vassoura, rodo, luvas, água sanitária, saco de lixo, balde e outros materiais.”
No período da tarde, os profissionais do Programa de Residência Multiprofissional de Saúde da Família e Comunidade, da Secretaria de Estado de Saúde, também estiveram nos abrigos realizando uma campanha de orientação.
Recomeço
O aposentado Francisco Lustosa, morador do bairro Cadeia Velha, comenta que, além de perder os móveis da casa, teve o comércio completamente destruído pelas águas do rio. “Essa alagação nos feriu profundamente. No meu caso, perdi toda a mercadoria do bar, não consegui recuperar nada, pois o rio subiu muito rápido e não houve tempo de recuperar os produtos que ficaram dentro do comércio. Para se ter uma ideia, o prejuízo chega a ser de mais de seis mil reais e não sei como recomeçar, uma vez que o bar era uma fonte de renda”, relata.
Solidariedade
A servidora Maria Dilza está como voluntária no Parque de Exposições desde o carnaval ajudando na organização e na recepção das famílias desabrigadas. Agora, com a vazante do rio, Dilza realiza um trabalho de orientação sobre os cuidados que as pessoas devem ter ao retornarem para suas casas. Durante os dias de voluntariado, a servidora relata que se emocionou muitas vezes com o sofrimento das famílias que chegavam ao parque para serem abrigadas.
“É muito difícil ser retirada de seu lar para conviver em abrigos provisórios, apesar de toda a atenção e apoio dados pelo governo. Muitas famílias estão frustradas, pois sabem que, ao passar por esse período de calamidade, terão que recomeçar a vida do zero. Por isso, sou incansável nesse trabalho de apoio aos desabrigados”, disse Maria Dilza.