Embora a terra ainda esteja molhada, já que as chuvas somente deram uma trégua nos dois últimos dias no Vale do Juruá, o Deracre trabalha em ritmo acelerado, com duas patrulhas mecanizadas, para dar conta do recado de efetuar melhoramentos em 587 quilômetros de ramais em Cruzeiro do Sul.
Neste início de semana, uma das patrulhas está no Ramal 5, do Projeto Santa Luzia, enquanto a outra trabalha no Badejo de Cima. O governo do Estado está investindo somente este ano no beneficiamento de ramais em Cruzeiro do Sul quase R$ 3 milhões. O aumento do investimento foi considerável: em 2012 o Deracre recuperou 520 quilômetros de ramais, tendo investido R$ 2.589.400.
Segundo o encarregado da patrulha mecanizada Severo de Souza Martins, está difícil trabalhar no Ramal 5 porque a chuva não deixa a terra secar. “Se Deus quiser, vai dar uma melhorada, e o verão chegando, a gente vai avançar mais rápido ainda. A maior dificuldade são as ladeiras. Logo debaixo da superfície ainda é só lama”, lembrou.
Segundo Martins, sua patrulha já trabalhou no Ramal 4 e na terça-feira entra no Ramal 2. Nos ramais 6 e 7 também já foi dada uma raspada.
Mas os investimentos em 2013 não ficam nisso. Como o governo montou uma estratégia para perenizar cada vez o trânsito nos ramais, serão investidos R$ 1,85 milhão com bueiros e pontes. Serão abertos ainda 15 quilômetros de ramais no padrão Incra, ao custo de R$ 465 mil.
Ramal 5
O Ramal 5 tem 22 quilômetros de extensão e aproximadamente 500 moradores. “Agradeço ao governador pelo trabalho que já foi feito no ramal. Durante o período de verão o trabalho realizado vai resolver o problema de escoamento e de mobilidade das pessoas”, destacou o presidente da Associação Raio do Sol, Genilson Silva da Conceição.
No entanto, ele conta que no ramal há 57 ladeiras, e quando chega o inverno até carro de boi fica atolado. “Precisamos de um trabalho de corte das ladeiras”, pediu. O Ramal 5 realmente se caracteriza por altas ladeiras. Outro agricultor João Oliveira também pediu o corte das ladeiras: “O trabalho feito está bom e agora está secando e ficando bom para andar, mas aqui no inverno fica difícil, e só vai melhorar diminuindo as ladeiras. Ouvi dizer que iriam cortar dez das maiores”.
A pé até a BR-364
A pensionista como soldado da borracha Francisca Rufina Gomes Ferreira, 78, gostou que as máquinas do Deracre passaram por ali. Todos os meses ela vai à cidade buscar sua pensão e segue a pé do ramal até a BR-364, onde pega um transporte. “Quando busco minha pensão vou de madrugada até a BR. Agora, com o verão e a melhoria do ramal, facilitou muito.”
O agricultor José Luzivaldo Pinheiro de Souza mora há 12 anos no Ramal 5 e conhece bastante bem as dificuldades de transitar no ramal durante o inverno. “O ramal está ficando bem melhor do que estava antes. O Deracre está aterrando as partes mais baixas. Está legal o trabalho deles. Também vão colocar terra vegetal em algumas partes.”