Serviço de Inteligência identificou provas do crime e chegou aos acusados, que já foram indiciados por homicídio
Após 120 dias de investigações e utilizando os recursos mais avançados de ciência forense, a Polícia Civil de Feijó, cidade distante cerca de 400 km de Rio Branco, indiciou por homicídio a vereadora Marleide Dourado da Silva e seu suposto amante Francisco Adriano Sousa Sampaio, pelo assassinato do presidente municipal do Partido dos Trabalhadores (PT), José Nilson Taumaturgo Ferreira, ocorrido dia 25 de abril deste ano, na BR-364, sentido Feijó/Tarauacá. Conforme o delegado Getúlio Teixeira, que presidiu o inquérito de mais de 300 páginas, pelas provas produzidas foi simulado, pelos indiciados, um acidente de moto para encobrir o crime.
No dia seguinte aos fatos, diversas perícias foram procedidas para esclarecer a morte do líder político. Uma das providências foram exames de DNA, reprodução simulada e habilidades diversas, procedimentos conduzidos com isenção para alcançar a atividade fim, ou seja, um inquérito policial com provas capazes de produzirem a efetividade da Justiça. O delegado esclareceu ainda que foram ouvidas cerca de 30 pessoas no curso das investigações.
Getúlio disse também que os indiciados devem responder ao processo em liberdade porque não preenchem os requisitos exigidos pela lei para a decretação da prisão preventiva. Ou seja, a manutenção dos indiciados em liberdade dependerá do entendimento do Ministério Público ou do Poder Judiciário quanto à existência de motivos autorizadores da custódia.
Segundo a polícia, as várias declarações da vereadora e de seu suposto amante foram mentirosas. "A polícia descobriu que os dois, após o assassinato de Nilson, continuaram fazendo contato e se encontrando por algumas vezes em lugares afastados da cidade, mas a ação conjunta das forças policiais agindo de forma integrada possibilitou alcançarmos os indiciados", disse Teixeira.
Para a perícia, ficou comprovada a morte de Nilson, já que tinha sido preparada e que a velocidade da moto Biz que conduzia os dois não passava de 60 km/hora, insuficiente para causar a morte de Nilson com várias fraturas e escoriações da forma que a perícia revelou.
Também ficou constatado pela perícia que Nilson foi atacado e morto no meio da estrada. Depois, foi simulado o acidente, tendo os assassinos arrastado a vítima para uma pequena ribanceira e colocado o corpo de forma a parecer um acidente.
Com a resolução de mais esse crime, a Polícia Civil do Acre cumpre sua meta, que é usar o serviço de inteligência na identificação de criminosos e assim combater a criminalidade no Acre. Hoje o Estado tem um dos maiores índices de elucidação de homicídios no país: cerca de 90%, segundo estatísticas da Secretaria de Segurança.
