Esta edição da Expoacre está sendo diferente para o setor marceneiro do Estado. “Época de colher frutos”, resume Domingos Sávio, presidente da Central das Cooperativas dos Marceneiros do Acre.
Quem visitou o estande do setor moveleiro na Expoacre percebeu de longe o ar de felicidade no semblante dos expositores. Tudo isso porque o setor vem passando por mudanças positivas e rofundas, que vão desde ganhar o direito de trabalhar com dignidade até trabalhar sem perseguição.
De 2011 para cá, cerca de 90% das marcenarias do Estado receberam licenças ambientais. Dez polos moveleiros com 95 galpões foram construídos, para garantir um endereço para industriais marceneiras. Financiamentos a juros reduzidos foram viabilizados para garantir a compra da matéria-prima. Foi criado o programa de regionalização do mobiliário da administração pública do Estado, e que já foi aderido por alguns municípios, e realizados investimentos em cursos e participações em feiras, como forma de garantir mais qualidade no produto, além de viabilizar matéria-prima manejada, a preços mais baixos.
Tantos investimentos mexeram com o setor e elevaram a estima de uma classe que enfrentava sérias dificuldades. Agora, encontra-se uma categoria que gera emprego e que a cada dia inova em novos produtos.
O curso de design, oferecido pela escola Politécnica de Milão (Itália) e patrocinado pelo governo do Estado, trouxe novas técnicas a mãos que já nasceram sabendo como fazer. No galpão dos moveleiros estão belos móveis de fino acabamento, com design inovador. Peças rústicas e curiosas, como banco que se transforma em mesa e cadeira que se transforma em escada.
O servidor público Miguel Félix se impressionou com a qualidade dos produtos. “São profissionais criativos, que conseguiram desenvolver uma linha de produtos com estilo e bom gosto”, comentou.
E se durante uma visita ao galpão dos moveleiros a pessoa parar para conversar com os marceneiros, encontrará belas histórias. Como a de José Diniz, marceneiro, natural de Cruzeiro do Sul, que até 2011 trabalhava sozinho na informalidade. Foi então que ficou sabendo do Programa de Fortalecimento do Setor Marceneiro do Acre e resolveu fazer um financiamento de R$ 5 mil com o Banco do Brasil, com pagamento em 60 parcelas.
Era esse o acordo que o governo mantinha com o banco: garantir dinheiro para a compra de matéria-prima, a juros baixos e divididos em até 60 vezes. Diante da facilidade, Diniz fez o financiamento, comprou matéria-prima, contratou mais funcionários, saiu da informalidade e hoje participa pela primeira vez da Expoacre como expositor. Histórias como a de Diniz é comum encontrar entre os marceneiros do Acre.
O secretário de Indústria e Comércio, Edvaldo Magalhães, comemora junto com a classe os resultados que começam a aparecer. “Criamos uma politica que abraçou o Estado inteiro. Tiramos o setor da ilegalidade, incorporamos novas tecnologias nos produtos com os cursos profissionalizantes e transformamos tudo isso em produtos de fino acabamento”, comemorou.