O Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento (Depasa) convocou uma coletiva de imprensa no fim da tarde desta quarta-feira, 11, para esclarecer sobre a qualidade da água fornecida em Rio Branco e responder as acusações proferidas por um site de notícias e uma vereadora da capital.
A reportagem com título de: “Exame confirma que água distribuída em Rio Branco está contaminada” alegava que a água fornecida pelo Depasa não é própria para o consumo. Isso com base em um laudo da Unidade de Tecnologia de Alimentos (Utal) da Universidade Federal do Acre (Ufac). O que segundo o diretor-presidente do Depasa, Felismar Mesquita, é uma falta com a verdade.
“Nós procuramos a Utal pra saber qual a metodologia que eles utilizaram. E para nossa surpresa o laudo foi adulterado, parte dele escondido. Recortaram o laudo e utilizaram apenas a parte que interessava”, disse o diretor-presidente do Depasa.
Felismar Mesquita afirmou ainda que “a água analisada pela Utal não foi água da rede de distribuição e sim de uma caixa d’água. Diante disso, de forma alguma eu posso garantir que aquela água foi distribuída pelo Depasa”.
Ufac também esclarece a polêmica
Em nota, a Universidade Federal do Acre (Ufac) afirmou que, diferente do que foi noticiado na reportagem, “o laudo emitido pela Utal se restringe, única e exclusivamente, à amostra coletada pelo nosso técnico no domicílio acima mencionado, não dando margem para outra interpretação. Além disso, seria necessário, para afirmar a contaminação de toda a água distribuída pela empresa responsável pelo tratamento, um estudo mais profundo com coletas de, pelo menos, 40 amostras de água a cada 20 mil habitantes, a serem obtidas desde sua origem de distribuição (ETA) até as unidades consumidoras,” diz a nota.
Controle de Qualidade
Em Rio Branco são feitas pelo Depasa em média de 180 a 200 coletas em diversos bairros da capital, para conferir a qualidade da água, justamente para evitar possíveis falhas.
Segundo o gerente de Controle de Qualidade da Água do Estado, Filogonio Cassiano Ribeiro, o controle de monitoramento da água é rigorosamente atendido, não apenas em Rio Branco, mas em todo o Acre. “A população pode ficar tranquila, pois a água distribuída não é contaminada. Existe um sistema de controle nacional, chamado Siságua, que mensalmente temos que alimentar em Brasília. Todas as análises feitas no Acre são alimentadas nesse sistema. Eles monitoram a qualidade da nossa água,” disse Filogonio Ribeiro.
Responsabilidade dos operadores
Felismar Mesquita lembrou que, os técnicos e operadores de Estações de Tratamento de Água do Depasa distribuem água para suas respectivas casas e famílias. “Eles são pais de família também. Você imagina uma pessoa tratar água e mandar uma água infectada pro seu filho. Ou eu como diretor me aliar e fazer com que a água seja infectada e chegue à minha família? Isso é no mínimo uma incoerência sem tamanho.”
O diretor do Depasa pede que a população se mantenha tranquila sobre a água que chega a suas casas. “Quero dizer à população que a nossa água está dentro dos padrões estipulados pelo Ministério da Saúde, aonde nós temos normas a cumprir. Saibam que no Brasil, cinco ministérios e uma agência monitoram a água distribuída no país. E nós temos que alimentar o banco de dados do sistema de cada um desses ministérios,” concluiu Felismar Mesquita.
Depasa leva caso ao Ministério Público
A diretoria do Depasa esteve na noite de quarta-feira na Coordenadoria Criminal do Ministério Público, onde protocolou uma denúncia contra o fato noticiado. O documento tem como base o laudo original, elaborado pela Unidade de Tecnologia de Alimentos (Utal) da Ufac, a notícia veiculada, bem como as análises da água feitas pelo Depasa em Rio Branco.