Numa pequena sala da sede da Associação dos Deficientes Visuais do Acre (Adevi), alunos associados e comunidade, dirigidos pela instrutora Fátima Ferreira, manuseiam a técnica de trabalhar com jornais e revistas para produzir peças artesanais, aliando arte, cidadania, meio ambiente e geração de renda.
A oficina é realizada de segunda a sexta, no período da manhã. O projeto é carro-chefe da Adevi, e sua continuidade tem o apoio cultural do governo do Estado, por meio da Fundação Elias Mansour (FEM), no edital de Pequenos Apoios.
Para o coordenador da Adevi, Elimar Nascimento, a ideia de trabalhar o artesanato tem como foco reabilitar as pessoas. “Além de descansar e relaxar, a atividade ajuda muito como terapia. A pessoa sai daquele momento de que a vida está terminada e se descobre aqui”, comentou.
Exímio artesão, Francisco Cleide frequenta as atividades há cinco anos e é um incentivador das ações da Adevi. “Pra nós é muito bom. A gente vem pra cá e tira tudo de ruim, mas o bom é que tecemos algo que é jogado fora por muitos e transformamos em arte. Também ganhamos pelo que é comercializado”, disse Francisco.
Cestos de roupas, caixas de mantimentos, lixeiras, mesas, vasos de flores formam a cartela de produtos criados pelos artesãos. As peças são comercializadas em feiras e no próprio espaço, na Rua Dom Bosco 511, Bosque, com valores entre R$ 10 e R$ 90.
“Além da terapia, o artesanato gera renda para eles. A cada venda, a Adevi fica com 50%, e os outros 50% é passado para quem produziu a peça”, explicou o coordenador de projetos, Yuri Montezuma.
A Adevi
A associação foi criada há 24 anos, com o objetivo de trabalhar ações em prol da pessoa portadora de deficiência visual. A Adevi desenvolve cursos de informática, artes marciais, música e artesanato a seus associados e comunidade.