Thiago Carvalho, 23, nasceu cego em virtude de um glaucoma congênito, doença rara que acomete um em cada 10 mil recém-nascidos. Mas isso não foi o suficiente para impedir que ele levasse uma vida normal.
O jovem é formado em administração, e agora faz uma pós-graduação em auditoria. Recentemente, passou em um concurso e aguarda convocação. Ele também toca violão, canta e já fez aulas de natação.
“Acho que a palavra-chave para a pessoa com qualquer tipo de deficiência é ‘superação’. Não nos vermos como coitadinhos e mostrarmos para a sociedade que podemos, sim, levar uma vida digna, mesmo com as nossas limitações”, declarou Carvalho.
Thiago é uma das 133,4 mil pessoas portadoras de alguma deficiência visual no Acre. De acordo com dados da Divisão de Saúde da Pessoa com Deficiência da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), dessas, 1.410 possuem cegueira total, e pouco mais de 131 mil têm baixa visão, em maior ou menor grau de dificuldade.
Com sua força de vontade e determinação, Thiago é um exemplo de que, embora haja algumas dificuldades, os deficientes visuais podem desenvolver as mesmas atividades que uma pessoa que não tem o problema.
Dia Nacional do Cego
Para diminuir a discriminação e aumentar a integração dos deficientes visuais, em julho de 1961 foi criado o Dia Nacional do Cego, comemorado em 13 de dezembro. A data representa um grande salto para a redução dos preconceitos que sofrem os portadores da deficiência.
As principais causas da cegueira são doenças como catarata, glaucoma e retinopatia diabética. Muitas delas podem ser detectadas logo após o nascimento, por meio do teste do olhinho.
“O teste do olhinho deve ser realizado por um pediatra em bebês na primeira semana de vida. Esse teste pode detectar e prevenir várias doenças oculares, como retinopatia da prematuridade, estrabismo, glaucoma e catarata congênitos, e a cegueira”, explica a oftalmologista Sílvia Souza.