Comum na região do Juruá, a lagarta mandarová (Erinnyis ello) tem se alastrado e na última semana atacou plantações de mandioca no município de Xapuri. Imediatamente, uma equipe do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) visitou os produtores levando as medidas necessárias para erradicar o foco.
“O ataque ocorreu em um mandiocal com sete hectares. A situação foi controlada e o produtor continuará fazendo a retirada das raízes, depois pulverizando a área com um produto indicado pelos nossos técnicos”, explica Joelma de Assis, gerente de Defesa Vegetal do instituto. Ela afirma que a pulverização servirá para que as pupas (estágio anterior à lagarta) que estão no solo sejam dizimadas.
A praga pode dizimar vários hectares de mandioca e outras 35 espécies de plantas em pouco tempo. Por isso, uma das principais ações de combate é identificar a presença dela nas plantações o mais cedo possível. A difusão da informação é uma das táticas adotadas pelo Idaf nos últimos anos.
Outras ações imediatas são tomadas quando há notificação de casos, como inspeção diária nos mandiocais, distribuição de equipamento pulverizados (quando necessário) e de material educativo e orientação na aplicação de produtos autorizados pelo Ministério da Agricultura (Mapa), além das palestras orientando as comunidades. Em Xapuri, foram feitas duas, com produtores dos pólos agroflorestais da Estrada da Borracha e da Variante.
Fique por dentro
O controle do mandarová é primordial no manejo da mandioca. Em Xapuri, com a recente abertura de uma agroindústria de farinha, a produção de mandioca deverá aumentar e precisará de ainda mais atenção.
Existem algumas alternativas disponíveis para o controle e monitoramento, como um inseticida biológico produzido a partir do Baculovirus erinnys, vírus de ocorrência natural em cultivos de mandioca, em diversos estados. O vírus é elaborado a partir das lagartas mortas, que são recolhidas, trituradas e transformadas em extrato, o que possibilita o uso contínuo do produto, além de poder ser congelado por até cinco anos.
O produtor pode obter essas informações nas palestras de orientação das pelo Idaf ou nas cartilhas distribuídas. Na internet, há uma cartilha produzida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em parceria com o governo do estado: “Sete Passos para Controlar o Mandarová-da-Mandioca“.
Controle vegetal nas fronteiras
Na mesma semana, o Idaf realizou também fiscalização fitossanitária no transporte de produtos vegetais nos postos fiscais Tucandeira, fronteira com Rondônia, e Pica pau, fronteira com Amazonas.
O objetivo foi esclarecer sobre a proibição no transporte de mudas de cupuaçu, cacau, café e banana entre os estados e sobre a necessidade do transporte de forma correta de bananas despalmadas (com as palmas tiradas) e em caixas, ainda sobre o acondicionamento correto de polpas de fruta.
A proibição do transporte de mudas de banana ocorre devido ao Moko da Bananeira, doença causada pela bactéria Ralstonia solanacearum, e no caso do café devido aos nematóides, (pequenos vermes microscópicos) que atacam o sistema radicular do cafeeiro. Ambas as pragas não foram relatadas em território acreano.