Adolescentes do Centro Socioeducativo Aquiry participam de palestras dinâmicas durante todo este mês. A ideia é debater temas da realidade cotidiana de cada um, como drogadição e sexualidade.
A ação é oriunda do projeto do Grupo Operativo Para Adolescentes em Conflito com a Lei, de autoria da psicóloga Andréa Gomes. Dessa forma, as técnicas Lana Mariana do Nascimento, Lidiane Félix e Kátia Freitas desenvolvem maneiras de promover processos de aprendizagem mais eficazes através do diálogo e de palestras informativas.
Considerando que a grande maioria dos adolescentes em medidas socioeducativas já teve algum tipo de contato com drogas, a equipe técnica elaborou na última semana um grupo voltado para o assunto.
Apesar de comum, o trabalho tem um grande efeito no comportamento dos socioeducandos, que se sentem mais motivados e estruturados emocionalmente. Além disso, a autoestima desses jovens é atingida diretamente, de uma forma que as críticas e agressões são substituídas por aceitação e incentivo.
“A ideia é dar continuidade a esse projeto, pois sentimos um rendimento”, afirma a psicóloga Kátia Freitas.
Para um dos adolescentes em medidas socioeducativas, que assistiu à palestra sobre drogadição, o tema lhe possibilitou um novo olhar. Já é a sua terceira internação nas medidas, e ele revela ter começado a se envolver com as drogas aos 14 anos.
“Antes de eu vir para cá, consumia maconha, cocaína e bebida alcoólica. Eu usava para fugir dos problemas de casa”, relata o jovem. Ele conta ainda que a maioria dos membros da família, inclusive o pai, sofre de dependência química, e que conviveu com isso durante toda a vida.
De acordo com o presidente do Instituto Socioeducativo do Acre (ISE), Henrique Corinto, a drogadição, a desestruturação familiar e a dificuldade financeira são um dos maiores problemas enfrentados pelos adolescentes em conflito com a lei. “Projeto como o do Grupo Operativo realizado não só no Centro Socioeducativo Aquiry, como também em outras unidades, possibilita a esses jovens momentos de diálogo importantes. E os técnicos são os nossos grandes parceiros na socioeducação”, afirma.