Da esperança à conquista: histórias de mobilidade na Oficina Ortopédica de Rio Branco

Uma prótese, palmilha ou um calçado adequado vão além do simples conforto físico para quem precisa. Para muitos pacientes, esses itens representam uma nova oportunidade de mobilidade e independência, no dia a dia.

Por mês, a Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre), por meio da Oficina Ortopédica de Rio Branco, realiza mais de 160 atendimentos, entre consultas médicas, sessões de fisioterapia, além da entrega de calçados e palmilhas sob medida.

A oficina conta com uma equipe multidisciplinar com mais de 20 profissionais, incluindo médico, fisioterapeutas e técnicos em próteses, garantindo, dessa forma, que cada paciente receba atendimento adequado, desde o diagnóstico até a reabilitação.

“É muito gratificante saber que, ao vir de Xapuri para cá, minha filha vai ser atendida”, diz Vitalícia Soares, mãe da pequena Ellen Soares, de 2 anos, que nasceu com pé plano, uma condição em que a curvatura natural do arco do pé não se desenvolve adequadamente, o que pode dificultar o equilíbrio e o conforto ao caminhar. Essa condição pode afetar a mobilidade da criança.

“É muito gratificante saber que, ao vir de Xapuri para cá, minha filha vai ser atendida”, diz Vitalícia Soares, mãe da pequena Ellen Soares, de 2 anos. Foto: Maxmone Dias/Fundhacre

“De início foi feita uma palmilha, que já foi entregue.  Agora, retornamos para a medição da bota ortopédica da minha filha”, explica ela. O sapato, feito sob medida, proporcionará um suporte ainda maior e ajudará a corrigir a condição do pé plano.

Conforme as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), os pacientes atendidos na Oficina Ortopédica têm o direito de receber um calçado novo a cada seis meses. Essa medida visa garantir que esses indivíduos tenham acesso contínuo a calçados adequados e sob medida, contribuindo para a melhoria de sua qualidade de vida e autonomia.

Em um mundo onde a mobilidade é, muitas vezes, vista como garantida, é importante lembrar que, para alguns, cada passo pode ser uma conquista, como é o caso da Maria Amélia Soares, professora aposentada, que na última segunda-feira, 6, garantiu mais um sapato ortopédico.

“Me sinto amparada. Já fiquei sem andar, dava aula sentada. Hoje eu ando e tenho como ter um calçado”, diz emocionada.

Maria Amélia Soares, na última segunda-feira, 6, garantiu mais um sapato ortopédico pela oficina. Foto: Maxmone Dias/Fundhacre

Enquanto para alguns pacientes a Oficina Ortopédica representa a esperança e a garantia de uma vida mais confortável e independente, para aqueles que trabalham lá, cada atendimento é uma oportunidade única de fazer a diferença na vida de alguém.

Isac Silva, ortesista há 8 anos na instituição, desempenha um papel crucial na vida daqueles que enfrentam desafios físicos, proporcionando soluções sob medida para melhorar a qualidade de vida e mobilidade de cada paciente. A produção anual de cerca de 190 sapatos é uma prova do compromisso contínuo com o bem-estar e a autonomia dos pacientes.

Cerca de 190 calçados ortopédicos são produzidos por ano na Oficina Ortopédica de Rio Branco. Foto: Maxmone Dias/Fundhacre

“Todos os pacientes que atendemos aqui enfrentam uma realidade diferente e, muitas vezes, difícil. Acompanhar de perto a necessidade de cada um e ajudar confeccionando um calçado ortopédico sob medida é gratificante, além de ter a certeza de que a pessoa terá sua independência no dia a dia”.

Wanderleia de Souza, responsável pela Oficina Ortopédica de Rio Branco, diz que a prioridade é o paciente. “Temos dado andamento à lista de espera, por ordem. Estamos tendo apoio da Sesacre e da Fundhacre que têm se empenhado para nos fornecer materiais para podermos continuar produzindo e atendendo os pacientes”, afirma.

A presidente da Fundhacre, Ana Beatriz Souza, reforça a importância do trabalho realizado no local: “É um trabalho essencial que proporciona suporte, estabilidade e mobilidade, permitindo que esses pacientes realizem atividades diárias e mantenham sua independência, então, faz toda a diferença na vida das pessoas. E sabendo do quão importante é esse trabalho, a Oficina Ortopédica é uma prioridade e vamos trabalhar cada vez mais pelo fortalecimento desse setor”, finalizou Ana Beatriz.

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