A primogênita de Cícero Dantas começou o curso de odontologia e era obrigatório para os alunos o uso de jaleco para as aulas no laboratório. Luzianny é magra e foi difícil encontrar um jaleco que ficasse bom. E foi esse episódio que inspirou a iniciar um pequeno negócio, que hoje recebe, inclusive, o nome da filha – Lyzianny Jaleco’s.
A mãe, Lúcia Lopes, dona de casa, foi estimulada pelo marido a conhecer o trabalho realizado pela Secretaria de Estado de Pequenos Negócios (SEPN). Ao fim da capacitação do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) recebeu uma máquina de costura. “Aí melhorei a qualidade do que eu fazia, fiz moldes e testamos a venda dos jalecos”.
Cícero fez cartões e passou a divulgar a produção na porta da universidade. Então surgiram as primeiras encomendas. O trabalho foi se tornando difícil para ser realizado apenas por uma pessoa, foi então que concluiu: “não era certo eu ficar na televisão e ela ficar o dia todo tentando concluir os pedidos”. A esposa multiplicou seus conhecimentos.
“Foi um apoio certeiro o que recebemos do governo”, ressalta ainda o pai. Lúcia fez recentemente curso de reciclagem promovido pela SEPN. Já adquiriram mais duas máquinas, galoneira e semi-industrial. Os três filhos auxiliam no corte, na embalagem e na produção mensal de 600 jalecos. “O segredo do sucesso é que todo mundo ajuda”, conclui Lúcia.
As vendas atendem também consultórios, hospitais e lojas especializadas. Em 2014, expuseram na ExpoAcre. E todo o excedente fica para o próximo semestre da faculdade, o que, ainda hoje, é o ponto alto das vendas da empresa.
“Sou aposentado e todos os trabalhos que tive na vida foram com vendas. Era muito difícil sustentar o curso da Luzianny, que é caro. E hoje, a renda do nosso empreendimento sustenta minha família e os estudos da filha do meio e o curso de piloto do Júnior, o caçula”, conta o pai.