Governadores dos estados que formam a Amazônia Legal brasileira e peruana dialogaram sobre o posicionamento em bloco durante a Confederação das Partes (COP 25), que acontece de 2 a 13 de dezembro em Madrid, na Espanha. Os assuntos destacados foram a necessidade da regularização fundiária, o incentivo para adesão ao Cadastro Ambiental Rural (CAR), a captação de recursos para manutenção dos serviços ambientais e principalmente a valorização das pessoas que vivem nas florestas, que precisam de condições dignas de educação, saúde, além de políticas públicas para melhorar a qualidade de vida.
A reunião do Fórum de Governadores para o Clima e Florestas (GCF) aconteceu na manhã desta segunda feira, 9, dentro das atividades paralelas realizadas durante a COP25 e contou com a participação dos representantes do Consórcio Interestadual da Amazônia Legal.
O secretário executivo do GCF/Brasil, Carlos Aragon, afirmou que existe um consenso entre os governadores, de que é hora de sair do discurso e ir para a prática. “Muito já foi discutido nos encontros ao longo de 25 anos de COP. Obviamente muita coisa melhorou, mas não foi suficiente para consolidar um modelo de desenvolvimento de baixas emissões. Reconhecemos que não podemos esperar mais e propostas concretas devem sair desse encontro”, disse.
“Valorizar o ser humano que está dentro da Amazônia é uma questão unânime nos encontros do GCF. Somos 23 milhões de pessoas ocupando esses espaços e precisamos de políticas públicas que consigam valorizar as comunidades tradicionais e a Amazônia como um todo. A partir do momento que valoramos as terras que já estão consolidadas, conseguiremos diminuir a pressão sobre a floresta e reduzir o desmatamento ilegal”, comentou Israel Milani, secretário de Estado de Meio Ambiente.
O secretário adjunto de Planejamento e Gestão, Jarbas Anute, argumentou sobre a decisão dos governadores presentes, de focar na necessidade de ações concretas e imediatas. “O governo do Acre ocupa posição estratégica e de vanguarda acerca de iniciativas sustentáveis. Mas, a política atual do governo é bem clara quando alertamos que é preciso levar alternativas concretas para o território local, para as comunidades, com fortes investimentos. Só assim podemos fazer frente a pressão sobre as florestas. É dificil manter o verde quando se está no vermelho”, disse Anute.
Jarbas lembrou ainda que o governador do Estado, Gladson Cameli, está muito empenhado para encontrar soluções viáveis para alavancar o crescimento econômico sustentável do Acre e, na semana passada, esteve reunido com representantes do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) onde ficou definido o desbloqueio de recursos do programa Fundo Amazônia, que no caso do Acre financia ações do CAR e do Programa de Regularização Ambiental – PRA.
Além da Sema e Seplag, também estavam presentes na reunião os representantes do Instituto de Mudanças Climáticas (IMC) e do Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac).