Cooperativas dinamizam setor produtivo no Vale do Juruá

Na ‘lojinha’ situada anexa à sede da central, que começou vendendo só farinha, hoje são comercializados vários outros produtos da região como feijão, farinha de tapioca e biscoito de goma (Foto: Onofre Brito)

Na ‘lojinha’ situada anexa à sede da central, que começou vendendo só farinha, hoje são comercializados vários outros produtos da região como feijão, farinha de tapioca e biscoito de goma (Foto: Onofre Brito)

Com o incentivo do governo do Estado à formação de cooperativas e agrupamentos delas em centrais, o setor produtivo da região do Juruá vem sendo fortalecido. Em 2011, os produtores agrícolas formaram a Central de Cooperativas dos Produtores Familiares do Vale do Juruá (Central Juruá), localizada em Cruzeiro do Sul, que reúne três cooperativas: a Cooperativa Agrícola Mista dos Produtores Rurais de Cruzeiro do Sul (Camprucsul), a Cooperfarinha, de Cruzeiro do Sul, e a Coopersonhos, de Marechal Thaumaturgo.

O governo do Estado investiu cerca de R$ 1,75 milhão para municiar as cooperativas, restaurar empacotadeiras, recuperar e ampliar a sede da Camprucsul, situada em local estratégico no centro da cidade, que passou a ser a sede também da Central. Isso deu aos produtores condições de apresentar um produto de qualidade: feijão e farinha devidamente empacotados em sacos de um quilo com a marca da Central Juruá. O armazém da Cageacre de Cruzeiro do Sul foi cedido para empacotar os produtos, e o governo ainda comprou dois caminhões para a Central, um deles caminhão-baú, destinado à entrega do produto.

Antônio Azevedo, vice-presidente da Central e presidente da Camprucsul, conta que as organizações ainda estão passando por um processo de aprendizagem. “Todo dia aprendemos mais um pouco de como lidar com a nova situação. Já estamos há tempos nesse movimento de cooperativa, mas ainda é algo novo para nós. Um desafio que temos que vencer a cada etapa, melhorando nosso atendimento, nossa aproximação com o cooperado e com o público em geral”, disse.

Antônio Azevedo, vice-presidente da Central e presidente da Camprucsul, conta que as organizações ainda estão passando por um processo de aprendizagem (Foto: Onofre Brito)

Antônio Azevedo, vice-presidente da Central e presidente da Camprucsul, conta que as organizações ainda estão passando por um processo de aprendizagem (Foto: Onofre Brito)

Na ‘lojinha’ situada anexa à sede da central, que começou vendendo só farinha, hoje são comercializados vários outros produtos da região como feijão, farinha de tapioca, biscoito de goma, xarope e pó de guaraná , rapadura, gramixó, vassoura e cesta de cipó (daquela tradicional que as pessoas levavam ao mercado para fazer a feira). Os produtos oferecidos geralmente são originários dos cooperativados, mas segundo Azevedo, quando eles não atendem a demanda, a Central e a Camprucsul copram os produtos de outros produtores. A Camprucsul conta hoje com 120 associados.

Central veio fortalecer

A fundação da Central de Cooperativas no entender de Azevedo trouxe um fortalecimento às cooperativas, pois ela comercializa os produtos. A Central tem um pequeno recurso e em algumas ocasiões o produtor não precisa esperar para receber, o produto é pago antecipadamente. E os preços são melhores: antes os produtores de bananas vendiam os cachos a R$ 2,50 e R$ 3,00, hoje recebem por quilo e tem lucro superior a 100%. A Central busca a farinha na casa de farinha e ainda paga R$ 60 a saca, bem mais que antes.

Comprada a farinha, ela segue para a indústria de beneficiamento situada em espaço nas instalações da Cageacre. Lá é empacotada, tem data de validade e código de barras, como exige o Ministério da Agricultura. A Central já tem vendido farinha para fora do estado e tem grandes clientes em Rio Branco, como supermercados.

Tudo melhorou

Segundo Azevedo com a nova sede tudo ficou melhor: “Ela nos fortaleceu. O produtor entra aqui e sai feliz de nossa sede. Antes ele não tinha nem água para beber. Hoje temos bebedouros em todos os setores, um auditório para reuniões, sede toda climatizada e toda informatizada. O produtor se sente em casa”.

Para dinamizar ainda mais a ‘lojinha’, a Central agora está oferecendo outros tipos de produtos, visando oferecer preços mais em conta para os produtores cooperativados, que podem receber em dinheiro ou em produtos.

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