Cruzeiro do Sul está se tornando um polo de criação e confecção de roupas, processo que entrou em ritmo acelerado a partir do início de 2014, quando foi fundada a Cooperativa Verde Moda. No momento, a cooperativa está começando a produzir as peças de duas coleções: a Ecológica e a Preto e Branco, assinadas pela designer cruzeirense Dheymm Oliveira.
As coleções foram lançadas em primeira mão durante a Expoacre, em julho, e na Expoacre Juruá, em setembro, quando obteve ampla aprovação popular e criou expectativa de boas vendas. A coordenadora do grupo de mulheres da cooperativa, Maria Oliveira, confirma: “Já temos as peças-piloto e estamos oferecendo aos lojistas de Cruzeiro do Sul para tirarem os pedidos e começarmos a desenvolver a produção”.
E em novembro a cooperativa também vai entrar no ramo da produção de uniformes escolares. Para isso está recebendo a ajuda do governo do Estado, por meio da Secretaria de Pequenos Negócios (SEPN) e do gabinete da vice-governadora. A expectativa é de que sejam produzidas três mil peças de fardamento, na primeira jornada.
Inserção social
A cooperativa surgiu a partir do trabalho social executado pela Fundação Betel em favor de mulheres carentes e adolescentes em situação de risco e logo recebeu o apoio da SEPN, que doou para os trabalhos da entidade 15 máquinas de costura.
Ao longo do tempo foram formados dez grupos de costureiras, espalhadas por diversos bairros da cidade, de forma que hoje a cooperativa conta com o trabalho de 50 profissionais para atender o ritmo de suas encomendas.
A cooperativa tem um moderno laboratório, onde as peças são cortadas e distribuídas às costureiras, mas elas também atendem seus clientes particulares, de forma que podem ter uma renda mensal satisfatória.
A coordenadora Maria conta que muitas das mulheres que procuraram a Fundação Betel e a cooperativa estavam debilitadas, devido aos problemas enfrentados no dia a dia, mas conseguiram resgatar sua dignidade. Hoje, muitas são o esteio da casa, sustentando com sua costura os filhos e, às vezes, até o marido desempregado.
Todas as mulheres cooperativadas fizeram cursos profissionalizantes com apoio da SEPN, Senac e Sebrae. Os cursos são uma constante na cooperativa. Para se ter uma ideia, na atualidade estão em andamento três cursos: modelagem, corte e costura e bordado à mão.
Sobre o futuro, Maria está otimista: “Estamos tendo alguns problemas pontuais, mas acreditamos no potencial da costura e da moda em Cruzeiro do Sul”.
