O 9º Congresso Nacional de Ecoturismo (Conecon) e 5º Encontro Interdisciplinar de Ecoturismo em Unidades de Conservação (EcoUC) foi aberto nesta terça-feira, 12, com mesa composta por representantes do governo do Estado do Acre, da Sociedade Brasileira de Ecoturismo e de Comitê Científico que acompanha o evento.
A promoção local voltada ao ecoturismo foi apresentada por Leonildo Rosas, secretário de Estado de Turismo e Lazer, que deu destaque aos 88% de cobertura de floresta que o Acre mantém, ressaltando que as políticas estaduais de desenvolvimento sustentável implementadas nos últimos 20 anos, se fortalecem nas parcerias que o governo tem estabelecido.
Elementos como esse despertaram em Bernardo Gontijo, professor do Departamento de Geografia e Turismo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o desejo de conhecer o Estado. O professor veio ao Acre pela primeira vez por meio do congresso. “Eu sempre tive vontade de conhecer o Acre e deu certo dessa vez de inscrever o trabalho e poder vir”, conta.
Segundo Zysman Neiman, presidente da Sociedade Brasileira de Ecoturismo e coordenador científico do congresso, a escolha do Acre como sede desta edição se apoiou na riqueza da fronteira com países vizinhos e nas práticas ecoturisticas de um Estado da Amazônia.
Um desafio destacado entre as falas é aliar desenvolvimento e conservação. Marcelo Piedrafita Iglesias, antropólogo ligado à Assessoria Especial de Assuntos Indígenas do Gabinete do Governador, comunicou que o Estado possui 46% área de floresta transformada em Unidades de Conservação (UCs). Os esforços são para tornar esses locais lugares de moradia digna, unindo desenvolvimento que integre cuidado e geração de renda para a comunidade local.
Outro ponto defendido é a “educação sobre ecologia para que se chegue aos estudos de ecoturismo”, apontamento feito pela professora Nadja Castilho, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), membro do comitê científico do evento
O que são as UCs?
As unidades de conservação (UC) são espaços territoriais, incluindo seus recursos ambientais, com características naturais relevantes, que têm a função de assegurar a representatividade de amostras significativas e ecologicamente viáveis das diferentes populações, habitats e ecossistemas do território nacional e das águas jurisdicionais, preservando o patrimônio biológico existente. (Fonte: Ministério do Meio Ambiente)
Na roda de conversa sobre as práticas institucionais do setor público e privado, Cassiano Marques, presidente daAcre Conventions and Visitor Bureau, enfatizou de projetos de integração, como a construção da ponte que liga o Acre ao Peru, por viabilizar roteiros como a Rota Internacional Pantanal-Amazonas-Andes-
Atrativos de multidestinos associados as abertura de estradas proporcionam alternativas diferentes aos turistas que passam a incluir o Acre em seus roteiros, quando antes optavam por outras regiões do Brasil, influenciados pela distância e o custo elevado de transporte.
Deyvesson Gusmão, superintendente do Iphan no Acre, falou da valorização e reconhecimento de locais históricos e culturais, como a Casa Chico Mendes que foi tombada em 2008 pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan).
Dados do instituto afirmam que 65% dos visitantes que vão a Xapuri, buscam vivenciar no município o legado deixado por Chico Mendes, por suas lutas ambientalistas de preservação da floresta e proteção do modo de vida dos seringueiros.
A programação do dia foi encerrada com apresentações dos Grupos de Trabalho (GTs), projetos científicos relacionados às práticas de Ecoturismo nos Estados do Maranhão, Pará, Roraima e Tocantins.