A Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), por meio do Departamento de Promoção da Igualdade Racial (DPIR), promoveu na sexta-feira, 9, no Centro Cultural do Bujari, a 1ª Conferência Intermunicipal da Igualdade Racial, entre Sena Madureira e Bujari, que teve por objetivo propor ações de políticas de enfrentamento ao racismo e ao fortalecimento da promoção da igualdade racial. O público da conferência foi composto por gestores municipais, professores, militantes dos direitos humanos, acadêmicos, líderes religiosos e representantes da sociedade civil.
A participação política de controle social, igualdade racial nos espaços de decisão, mecanismos de participação da sociedade civil no monitoramento das políticas de igualdade racial, estratégias para o desenvolvimento e enfrentamento ao racismo, avanços e limites das políticas afirmativas e combate à intolerância religiosa foram alguns dos eixos debatidos na conferência.
O secretário Nilson Mourão iniciou a conferência demonstrando as ações que a Sejudh realiza em prol da igualdade racial. Ele relatou que o grande salto para desenvolvimento está na construção de uma sociedade onde todas as pessoas sejam reconhecidas em sua dignidade, independentemente da cor ou da sua condição financeira.
“As políticas públicas voltadas para a igualdade racial, desenvolvidas tanto pelo governo federal quanto estadual, encontravam-se distantes das pautas de trabalho do município, e com a realização dessa conferência, propostas serão encaminhadas e juntamente com apoio das entidades da gestão pública, a prefeitura desenvolverá as ações que garantam os direitos da população negra”, afirma Antônio Raimundo de Brito, o “Tonheiro”, prefeito do Bujari.
Mãe Raimundinha, representante da Umbanda Estrela-Guia, ressalta a importância de participar da elaboração de mecanismos que promovam a igualdade racial e pelo fim da intolerância religiosa em seu município, onde já foi vítima de inúmeros atos preconceituosos, e agradece ao governo Tião Viana pela oportunidade de dar voz aos descriminados, por meio da conferência.
“Quem se declara praticante de uma religião de matriz africana sofre muita discriminação na sociedade. Eu já troquei de residência por não suportar viver em conflito com pessoas de outras religiões”, relata.
O jovem Rauan Teixeira, morador de Bujari, revela que já sofreu muito preconceito na escola por ser membro da umbanda e que vários outros amigos sofrem discriminação por causa de religião em outros espaços públicos.
“A conferência veio mostrar o quanto a cultura, os costumes, os direitos e as religiões de origem da comunidade negra são constantemente desrespeitados na sociedade, principalmente a intolerância religiosa, em que alguns precisam entender que o verdadeiro religioso não é aquele que discute a fé, e sim a vida”, declara.
