Daniel Zen e Lenine Alencar são escolhidos por aclamação como os novos dirigentes do órgão
O Conselho Estadual de Cultura – Concultura escolheu no último sábado, na Casa da Cultura seus novos representantes para a presidência e vice-presidência do órgão colegiado de deliberação coletiva, vinculado a Fundação de Cultura e Comunicação Elias Mansour, biênio 2008/2010, em substituição a Dalmir Ferreira e Adalberto Queiroz. O processo transcorreu com a participação dos conselheiros representantes das instituições governamentais e sociedade civil. Os eleitos foram Daniel Zen, para presidência do Conselho, como representante do Governo do Estado, e Lenine Alencar, vice-presidente, como representante do movimento artístico-cultural.
Com quorum de mais de dois terços, como prevê o regimento interno, o processo eleitoral foi conduzido pelo conselheiro João Veras, que iniciou sua fala lendo a resolução 002/2008, que trata da eleição, pois o regimento do CONCULTURA não especifica como seria feita tal escolha.
"O plenário baixou a resolução esse ano, e em seguida aprovamos o edital de eleição, que trata da escolha do presidente e vice, por voto aberto com formação de chapas, ou caso, havendo possibilidade, por aclamação", explicou João Veras aos conselheiros.
Veras, como conselheiro titular, lançou em seguida a proposta de uma chapa formada por Daniel Zen como presidente e Lenine Alencar como vice. Não havendo até o inicio uma outra proposta de chapa, o conselheiro sugeriu que fosse lançado o nome dos dois, e caso aceitassem, que fossem eleitos por aclamação. A proposta foi acatada por unanimidade pelos conselheiros.
Dalmir Ferreira empossou os novos titulares falando dos avanços e do que precisa ainda ser feito como política cultural no Estado. Ele aproveitou para agradecer a confiança e o carinho depositados em sua gestão.
"Entrego a presidência, agradecido e honrado, pela confiança e pelo carinho de vocês e reafirmo minha postura, agora novamente como conselheiro, e confirmo que sempre estarei como estive, pronto a colaborar com essa luta, pela nossa cultura. Buscamos fazer nesses dois anos, uniformizar nossa forma de pensar, e, sobretudo pensar que a verdadeira recompensa não é só a garantia de um salário, mas sim a evolução da nossa cultura de um modo geral.
Por outro lado desejo muita sorte à nova presidência a quem caberá agora servir não só ao poder propriamente dito, mas principalmente aos interesses daqueles que efetivamente trabalham com a arte e a cultura, que dependem do apoio e do incentivo do poder público e da comunidade".
Plano Estadual de Cultura e 2ª Conferência de Cultura com participação dos municípios
Daniel Zen, falou dos avanços do Conselho em seu pouco tempo de vida formal, institucional como um órgão que conseguiu estabelecer uma agenda de discussão, uma pauta positiva, com debates, muitas vezes acalorados, mas que fazem parte desse processo, que visa realmente o crescimento e a evolução das políticas públicas do estado.
"Certamente eu não tenho, pela minha idade um conhecimento cultural que a maioria de vocês conselheiros possui, pela vivência que tiveram, pelo ativismo cultural que vivenciaram, de atuarem como protagonistas. O Conselho tem feito um esforço grande no sentido de encaminhar aqui um foro legítimo, como um foro democrático de participação popular, como um organismo legítimo de representação da sociedade civil, ciente de que através desse organismo, aqui se discutam as grandes pautas e grandes temas de interesse das políticas públicas de cultura", disse ressaltando os desafios que o CONCULTURA tem pela frente. "Nos próximos dois anos, precisamos ampliar as discussões sobre o Plano Estadual de Cultura, a missão de realizar a 2ª Conferência Estadual de Cultura, não sem antes com o compromisso de conseguir realizar nos municípios suas próprias conferências municipais, que temos como incumbência de apoiar e estimular".
Novo momento é dialógico – João Veras comentou o processo eleitoral como uma nova etapa que é fazer com que o conselho seja realmente efetivo e cumpra sua função.
"Alguns membros ainda não compreenderam a importância do conselho. Esse é um processo educativo, longo, que não vai ser realizado em apenas um ano, dois anos, para podermos dar um corpo rígido de organização. Mas essa eleição é um passo, que representa uma fase diferente da inicial, que é uma fase dialógica. Antes não era assim, mas de confronto, existia os governistas e a sociedade civil, era uma fase separatista. Essa divisão não era boa, impediu o debate, o crescimento. Essa eleição representa o dialógico, de aceitar a convivência, sem pensar que de um lado está o governista e do outro, a sociedade civil. Acreditamos que agora só vamos crescer, e que o conselho vai ganhar corpo".
Lenine Alencar acredita que o momento é de reestruturação do conselho. "Agora vamos retomar as discussões sobre as câmaras temáticas, temos assuntos importantes a serem discutidos, como a reformulação na Lei Estadual de Incentivo. Precisamos amadurecer algumas questões e acredito que este é o momento".