Trabalho garante o reflorestamento correto para cada área analisada
O Projeto Construção Participativa e Sustentabilidade Hídrica, realizado pela Cooperativa de Trabalho do Acre (Cootac), iniciou no mês de maio, a coleta de amostras de terra para analisar a fertilidade de dez áreas piloto pertencentes à bacia hidrográfica do riozinho do Rôla. O objetivo do projeto é recuperar nascentes e matas ciliares do principal afluente do rio Acre. Já foram realizadas coletas de solo nos seringais Albrácia, Nazaré, Tupá e Boa Vista, localizados no município de Xapuri. Neste final de semana, acontece a continuação da atividade nos Projetos de Assentamento Carão e Moreno Maia.
O trabalho é orientado pelo doutor em Solos e Nutrição de Plantas, Edson Araújo, que juntamente com moradores das localidades e equipe técnica retiram amostras da camada superficial do solo, no entorno das nascentes e das escolas selecionadas pelo projeto, com intuito de verificar, inicialmente, aspectos como cor, textura e possíveis impedimentos físicos para o plantio. É diagnosticado, por exemplo, a presença de piçarra, camadas adensadas, lençol freático suspenso, entre outros. Todas as amostras foram identificadas e etiquetadas com informações sobre o local para posterior análise laboratorial (química e física).
De acordo com o resultado, as espécies serão selecionadas em conformidade com a classificação do solo juntamente com a comunidade local. O plantio das espécies será semelhante as da área a ser reflorestada. Assim, serão utilizadas diferentes tipos de espécies, tanto as que ocorrem em terra firme e como as tolerantes ao encharcamento ou inundação periódica. No momento da realização da coleta de solo é explicado ao morador da localidade, técnicos e mensageiros da água (pessoa selecionada pela comunidade para dar apoio nas atividades do projeto) a importância do procedimento para identificação das espécies.
As dez áreas de atuação do projeto, consideradas áreas piloto, abrangem o seringal Cachoeira e os Projetos de Assentamento Carão, Moreno Maia e Oriente, localizados em Rio Branco. Em Xapuri, os seringais Albrácia, Nazaré, Tupá, Boa Vista (colocação Samaúma e São João do Guarani). No município de Brasiléia, o seringal Amapá.
O projeto tem duração de dois anos. É patrocinado pela Petrobras, através do Programa Petrobras Ambiental e apoio do Governo Federal, parcerias do Governo do Estado e Prefeitura de Rio Branco. Até 2012, aproximadamente, 29 mil mudas serão plantadas a fim de recuperar áreas de nascentes.
“O processo de coleta nas áreas piloto vem sendo realizado de forma que possamos integrar os conhecimentos que os moradores das localidades têm acerca dos recursos do solo. Esse processo contribui com o entendimento da tradição sobre o uso do solo”, explica a geógrafa, Socorro Saraiva, técnica articuladora da área do seringal Cachoeira e dos Projetos Assentamento Carão e Moreno Maia.