Mais de dois mil professores, que atuam em zonas rurais, recebem diploma de ensino superior
O professor Olisval Freire, ao centro, ajudou os colegas no trasnporte para assistirem as aulas no polo de Plácido de Castro (Foto: Assessoria SEE)
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Centenas de pessoas da zona rural foram prestigiar a formatura dos docentes (Assessoria SEE)
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O Ginásio Poliesportivo Wilson Paula de Pena, em Plácido de Castro, ficou pequeno para tanta gente no último final semana. O motivo não era nenhum clássico esportivo entre os municípios de Plácido de Castro e Acrelândia, e sim para aplaudir e prestigiar a vitória dos professores da zona rural dos dois municípios pela formação superior. A cada diploma entregue aos 184 pedagogos e licenciados em matemática e letras, o público se manifestava fervorosamente como se fosse um gol marcado.
“Essa alegria é tripla, pois a gente que é da roça sabe das dificuldades para se continuar os estudos. Receber hoje esse diploma é comemorar a força que a família nos deu, a superação e a nossa formação superior”, diz o professor de matemática Olisval de Lima, de 54 anos. O professor da Vila Campinas, distante 49 km do polo onde as aulas eram ministradas, conta que durante dois anos, trouxe os colegas de carona em seu caminhão para assistir as aulas. “Teve momentos que o caminhão atolava no ramal e chegávamos atrasados, mas no final tudo dava certo”.
Dos quatro anos de duração do curso, os acadêmicos tiveram que ficar longe das suas comunidades e familiares, por pelo menos um ano. Ministrado de forma modular, o curso acontecia no período de férias desses professores, ou seja, nos meses de janeiro, fevereiro e março. ”Hoje é o dia da nossa vitória. Para muitos aqui, seria impossível entrar na faculdade. Graças a atitude do Governo e da Ufac isso virou realidade”, ressalta Marizete Melo, concluinte de matemática.
Para levar o ensino superior a todos os lugares do Estado, o Governo estabeleceu uma parceria importante nestes 12 anos: A Universidade Federal do Acre (Ufac), que dos oito programas de formação, cinco foram ministrados pela instituição, o que equivale a responsabilidade de ter formado cerca de 95% dos docentes da rede pública de ensino. ”Essa formação da zona rural foi um desafio para os professores da Ufac. O interesse das pessoas superou todas as limitações. Fizemos uma grande obra coletiva”, declarou o vice-reitor Pascoal Muniz.
Até o final do próximo mês, mais de dois mil professores, que atuam em zonas rurais, estarão recebendo o diploma de ensino superior nas áreas de matemática, pedagogia, letras, história, geografia, biologia e educação física. Para o Secretário de Educação e Esporte, Daniel Zen, a qualificação destes docentes significa muito mais que uma conquista. “Recai sobre todos vocês a responsabilidade de fazer a qualidade da educação rural tornar-se cada vez mais próxima das dos centros urbanos. Essa formação é um dos passos para que isso ocorra”.
Ofertado em 10 municípios polos: Senador Guiomard, Plácido de Castro, Brasiléia, Sena Madureira, Tarauacá, Feijó, Rio Branco, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e Cruzeiro do Sul, o Programa de Formação Inicial para professores da Zona Rural teve investimentos de R$ 18 milhões de reais. Somados os oito programas de qualificação, o Governo já investiu quase R$ 50 milhões de reais.
Além de obter conhecimento e avançar no desenvolvimento pedagógico em sala de aula, com o término do curso, os professores efetivos da zona rural terão ganhos salariais de 129%, enquanto que os temporários, 72%.
