Cerca de 100 famílias que moram na região realizaram assembleia geral no último final de semana
O Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) que está sendo criado pelo Incra numa área de 4 mil e 700 hectares do Seringal Santa Cruz, em Mâncio Lima, vai se chamar Tonico Sena, conforme escolha das cerca de 100 famílias que habitam a região e definiram o nome em assembleia geral realizada neste último final de semana no município.
A partir desta semana a Unidade do Incra em Cruzeiro do Sul vai iniciar o cadastramento dessas famílias que moram nas terras do Seringal, para a partir daí começar o processo de reconhecimento desses trabalhadores como assentados do Programa Nacional de Reforma Agrária. O Cadastramento e organização social está acontecendo conforme indicação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais em Mâncio Lima.
O clima foi de otimismo e esperança entre as famílias durante a assembleia para definição do nome do local, por se tratar da efetivação do assentamento e do fim da espera por mais de seis anos, já que o processo de desapropriação do Seringal Santa Cruz foi iniciado em 2005.
Mâncio Lima tem uma situação delicada em relação a disponibilidade de terras para fins de desapropriação, conforme esclarece o superintendente João Thaumaturgo Neto. Cerca de dois terços da área do município é protegida pela lei ambiental por causa da Serra do Divisor e um outro percentual considerável é demarcação de Terra Indígena.
‘É uma grande vitória a criação desse PDS num município com a mínima disponibilidade de terras para agricultura familiar”, explicou.
O trabalhador rural Antônio José, 78 anos, disse que ser reconhecido pelo Incra é um sonho antigo que compartilha com a família, a esposa e mais oito filhos, a maioria deles também moradores do seringal. “A gente sabe que depois de ser assentado é como se passasse a ser visto pelo governo e a esperança de uma vida melhor continua”.