Como parte da programação do Festival Pachamama, foi promovida a palestra “Cinema e Jornalismo” na noite de terça-feira, 22, na Universidade Federal do Acre (Ufac).
Os convidados foram o pesquisador e crítico de cinema da Folha de S. Paulo Pedro Butcher e o documentarista e especialista em comunicação para transformação e desenvolvimento social da Bolívia, Alfonso Gumucio.
Representando o governo do Estado, que é um dos realizadores do festival, o coordenador de Imprensa da Secretaria de Comunicação, Andrey Santana, destacou a importância do bate-papo. “Comunicação, além de ser essencial para o desenvolvimento, é algo que fortalece o processo democrático e o governo do Acre acredita muito nisso. Por isso, a Secom é parceira e fomenta esse tipo de debate e discussão”, disse.
Durante a conversa, os ministrantes falaram sobre a carreira com a comunicação e o cinema, pesquisas, o futuro da profissão de crítico, e como as redes sociais possibilitaram mudanças nesse meio.
“Houve uma época em que o papel do crítico entrou em decadência, e o nosso trabalho era considerado uma forma de ajudar o público a escolher um filme para assistir. Com as redes sociais, abriram-se novas possibilidades de compartilhar esses conteúdos e dos próprios usuários, que talvez não teriam chance de escrever para um jornal, fazerem parte disso”, diz Butcher.
Apesar disso, o jornalista ressalta que a profissão ainda é, de certa forma, desvalorizada. “A internet voltou a liberar a crítica, mas, talvez, só os próprios críticos a leiam”, afirma.
Já Gumucio destacou a importância da comunicação para o desenvolvimento. Segundo ele, em 2007, sua equipe fez uma pesquisa para saber quantos mestrados existiam sobre este tema na América Latina, e a descoberta foi que só havia 25 pesquisas.
Por isso, ele acredita que a comunicação é um fenômeno que precisa continuar a ser estudado.
“Quando alguém me pergunta para que serve a comunicação para o desenvolvimento, eu digo que é essencial para a sustentabilidade do projeto, pois, se não há comunicação, a comunidade não participa. Para mim, este argumento é de peso para a comunicação e a mudança do ser.”