Na última sexta-feira, 15, o governador Tião Viana visitou a produção dos primeiros 100 mil alevinos de surubim, produzido pelo Complexo de Piscicultura do Acre. O momento foi um marco para a história da piscicultura acreana, que caminha a passos largos para se tornar o maior Estado piscicultor do Brasil.
Jaime Brum, consultor da Peixes da Amazônia, empresa responsável pelo Complexo de Piscicultura, revela que o Acre é o único Estado do Brasil que possui uma cadeia produtiva organizada. “O diferencial do Acre é que ele tem organizado como ninguém toda a cadeia produtiva da piscicultura. Ninguém faz tão bem feito quanto o Acre”, revela.
Este ordenamento da cadeia produtiva é tratado como prioridade pelo governador Tião Viana, porque garante o envolvimento de todas as alas de produção. No Complexo de Piscicultura, por exemplo, está sendo construído o laboratório onde serão produzidos os alevinos, a fábrica de ração, que vai garantir uma ração de alta qualidade para os peixes, e o frigorifico, onde será processado e industrializado todo o pescado produzido no Acre.
Os pequenos e médios piscicultores entram no negócio, através da Central de Cooperativas dos Piscicultores do Acre, que é sócia da Peixes da Amazônia. Os cooperados podem comprar o alevino e a ração diretamente do complexo a um preço mais baixo e depois vender esse mesmo peixe para o frigorífico, para ser industrializado.
“Além de termos participação dos lucros da empresa, por sermos sócios, temos a garantia de comprarmos um alevino e uma ração de alta qualidade e a certeza da compra do nosso produto pelo frigorífico”, comenta Sanção Sena, presidente da Cooperativa dos Piscicultores do Acre.
Fábrica de ração
Com 25 metros de altura, localizada bem na frente do complexo, às margens da BR-364, será um prédio imponente. O Acre vai possuir a fábrica de ração para peixes mais moderna da América Latina. Outra igual somente no Chile, que é o maior produtor de salmão do mundo.
Os equipamentos são todos europeus, tecnologia de ponta, tudo automatizado. Por dia a fábrica produzirá cerca de 200 toneladas de ração, o suficiente para abastecer o Acre e Estados vizinhos. Para garantir essa produtividade, a indústria usará cerca de 120 toneladas de grãos por dia, produto que vai ser comprado dos agricultores do Acre.
Segundo o secretário de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis (Sedens), Edvaldo Magalhães, a matéria-prima consumida pela fábrica vai estimular a cadeia de alimentos em todo o Estado.
“Esta fábrica vai consumir muito milho, farelo de soja e farinhas de carnes, que já são produzido pelos nossos frigoríficos. Nossos agricultores podem plantar grãos, pois vão ter venda garantida quando a fábrica começar a funcionar”, declarou Magalhães.
A previsão é de que a parte física seja inaugurada em abril. Mas já foi concluída toda parte de infraestrutura de fundações e 50% da superestrutura, que são os pilares metálicos de elevação.
Laboratório de Alevinos e Frigorífico
O laboratório de alevinos poderia ser chamado também de “maternidade”, no local serão produzidos os alevinos, classificados por tamanho e onde acontecerá também o controles de doenças. É do laboratório que sairá todo alevino produzido pelo Complexo.
O prédio com quase 100 metros de comprimento e com capacidade de produzir 20 milhões de alevinos por ano, já está com as obras bastante avançadas e até final de março será inaugurado.
Quanto ao frigorífico suas obras iniciam dentro da próxima semana e com previsão para inaugurar em setembro. Quando em total funcionamento terá capacidade de processar 20 mil toneladas de pescado por ano.
Geração de emprego
O Complexo de Piscicultura já é um grande gerador de emprego no Acre. Ainda em obras, já emprega diretamente cerca de 120 pessoas, distribuídas na construção civil e na produção dos alevinos.
Flávio Jorge, 28, formou-se em aquicultura, mas trabalhava como tratorista e agora vibra dentro de um tanque manuseando os primeiros alevinos de surubim do Complexo de Piscicultura do Acre. “Já estava havia um tempo formado e ainda não tinha aparecido nenhuma oportunidade de emprego na minha área. Foi quando o governo começou a investir aqui e as oportunidades surgiram. Sinto-me muito feliz em fazer parte da primeira turma de técnicos desse complexo”, comenta.
Quando em funcionamento, o Complexo da Piscicultura vai gerar cerca de 400 empregos diretos e milhares de indiretos. Esses empregos indiretos abrangem cerca de 15 mil famílias, inseridas na cadeia produtiva do peixe – os agricultores e donos de frigoríficos, que fornecerão matéria-prima para a fábrica de ração, além das áreas de serviços e transportes.
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