Complexo de Piscicultura: o sonho que se torna realidade

Um sonho que começou quatro anos atrás, com a ideia de gerar renda e melhorar a vida da população acreana. Os produtores rurais pediam apoio para o desenvolvimento da piscicultura e o Estado decidiu criar uma política socioeconômica voltada para o setor.

“O governo procurou a Fundação Getúlio Vargas (FGV), visitou outros estados, fez um zoneamento para planejar o crescimento da piscicultura e estabeleceu um programa com dois polos de produção, um no Vale do Juruá e outro em Senador Guiomard”, conta Jaime Brum, representante do Projeto Pacu, empresa da área contratada para prestar consultoria.

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Instalada em uma área de 63 hectares, a Peixes da Amazônia S.A. começou a ser construída em 2011. Fábrica de rações, frigorífico e laboratório de produção de alevinos, com 40 hectares de lamina d’água; três indústrias modernas com alta capacidade de produção aliadas à qualidade.

Reprodução de alevinos

A Central das Cooperativas, que conta com 3.500 produtores associados, possui a maior parte das ações da empresa (Foto: Sérgio Vale/Secom)
A Central das Cooperativas, que conta com 3.500 produtores associados, possui a maior parte das ações da empresa (Foto: Sérgio Vale/Secom)

O Acre não possuía tecnologia para produzir em larga escala alevinos de surubins e pirarucus, as duas espécies regionais mais rentáveis do mercado. Inaugurado em agosto de 2013, o centro de reprodução de alevinos do Complexo de Piscicultura já reproduz essas e outras espécies.

O centro tem capacidade para produzir por ano dez milhões de surubins, dez milhões de tambaquis e piaus, além de 350 mil pirarucus. A ideia é fornecer aos produtores regionais alevinos de qualidade, de maneira que incentive o crescimento da piscicultura em todo o Acre.

“Já faz mais de um ano que estão sendo produzidos alevinos, agora entrará em operação a fábrica de rações e a próxima unidade a entrar em operação é o frigorífico, tanto em Senador Guiomard quanto no Juruá”, afirmou Brum.

Geração de renda

A estrutura societária da Peixes da Amazônia S.A. foi feita de forma que contemplasse pequenos e grandes produtores. A Central das Cooperativas, que conta com 3.500 produtores associados, é uma das acionistas ao lado de outros 15 grandes empresários. Há também ações com o governo do Estado e com fundos de investimentos.

Mas os produtores cooperados possuem a maior parte das ações da empresa, cerca de 25%, e direito a voz e voto no conselho administrativo. Além disso, podem adquirir alevinos e rações com um preço diferenciado dos que não são associados, o que proporciona maior margem de lucro.

Com isso, a expectativa é de que cada produtor lucre dois reais por quilo vendido ao frigorífico, o que vai possibilitar uma renda de dez a 20 mil reais por hectare/ano. Ou seja, quanto mais áreas destinadas à piscicultura, maior o lucro do produtor rural.

A Peixes da Amazônia S.A. almeja tanto os mercados nacionais quanto internacionais, como os países da América Latina e Ásia, utilizando a Estrada do Pacífico como meio de escoamento. O foco principal são três espécies: surubim, pirarucu, tambaquis. O mais rentável, porém mais demorado, o pirarucu, com 14 meses pode chegar a 15 quilos.

Frigorífico e fábrica de rações

Quando inaugurado, o frigorífico terá capacidade para processar 70 toneladas de peixe por dia, sendo o responsável pela compra do que for produzido pelos piscicultores. Em um ano, o número poderá passar das 20 mil toneladas. O frigorífico sozinho vai gerar aproximadamente 260 empregos diretos.

Cerca de 80 milhões foram investidos em toda a estrutura do Complexo. A fábrica de rações, por exemplo, une alta qualidade à grande quantidade, sendo a primeira no Brasil especializada em rações para peixes carnívoros. Ela tem uma capacidade de produzir de 5 a 10 toneladas/hora, dependendo do tipo de ração. Em um ano, esse número pode passar de 40 mil.

“Uma coisa boa e interessante que o Acre está consolidando é a cadeia produtiva do peixe. Foi resolvida a parte cara do processo, que é a infraestrutura de produção. O maquinário da fábrica de rações, por exemplo, é importado da Dinamarca, onde há um dos melhores equipamentos para piscicultura no mundo”, explica Jaime Brum, consultor do Complexo de Piscicultura.

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