Obras não vão parar no inverno e incluem fábrica de ração, laboratório de alevinagem e indústria de processamento
Dezesseis mil famílias envolvidas, 10 milhões de alevinos de qualidade por ano, faturamento estimado em R$ 1 bilhão anual e capacidade de produção de 150 toneladas de ração por dia na fábrica mais moderna do Brasil. Esses são alguns dos números que envolvem o complexo industrial da piscicultura e a indústria Peixes da Amazônia S.A.
O governador Tião Viana visitou as obras do complexo industrial na manhã desta quarta-feira, 23, na BR-364, próximo ao igarapé Iquiri. A expectativa é de que a obra seja entregue no prazo de sete meses. O complexo de piscicultura está sendo construído numa área de 70 hectares e inclui o centro de reprodução de alevinos, fábrica de ração e um frigorífico. O investimento é de mais de R$ 40 milhões, com recursos da iniciativa privada e do governo do Estado.
Segundo o secretário de Indústria e Comércio, Edvaldo Magalhães, a piscicultura acreana cresce em média 20% ao ano, e com o complexo vai possibilitar um salto de pelo menos o dobro desse percentual.
Para gerenciar o empreendimento, foi montado um consórcio de empresários, cooperativas e governo, a empresa Peixes da Amazônia S.A, que tem 20 cotas, sendo 18 de empresários que estão investindo inicialmente R$ 500 mil. O governo do Estado entra com uma parte dos investimentos para garantir que os pequenos produtores, através de associações e cooperativas, também participem do empreendimento, garantindo assim o desenvolvimento da produção familiar.
“Isso aqui é um sonho. É uma oportunidade de futuro, de desenvolvimento, de crescimento pra gente, que também faz parte desse empreendimento ousado que o governo do Estado está puxando. Os pequenos produtores não foram esquecidos, e isso é uma honra”, disse Sansão Nogueira, presidente da Acre Peixes, a central de cooperativas de piscicultura.
O governador Tião Viana lembrou que o peixe está inserido no cardápio da merenda escolar para atender 256 mil alunos, uma forma de abrir mercado para a produção local e melhorar a qualidade nutricional da alimentação das crianças.
“O Brasil importa metade do peixe que consome. Os peruanos buscam o nosso peixe no Bujari. O quilo do surubim é vendido a R$ 42 e o do pirarucu, a R$ 50 na Europa. Mercado interno e externo nós temos a explorar, e estou confiante de que esse negócio dará certo, porque temos duas consultorias de valor reconhecido trabalhando pelo empreendimento, que são a Fundação Getúlio Vargas e o Projeto Pacu. São 16 mil famílias envolvidas com o peixe, que promete uma renda de R$ 1 bilhão para daqui a alguns anos”, disse o governador Tião Viana.
“O povo do Acre abraçou esse projeto, e esse é o grande mérito do governador Tião Viana: entusiasmar as pessoas e fazê-las acreditar que o nosso Estado tem potencial. É disso que precisamos para seguir em frente”, disse o deputado estadual, líder do governo na Assembleia Legislativa, Moisés Diniz. O secretário de Meio Ambiente, Edgard de Deus, deu uma boa notícia: o licenciamento ambiental da obra foi autorizado.
O prefeito do Bujari, Edvaldo Teles, disse que “é preciso vestir a camisa desse projeto porque no Acre tudo dá certo e tudo tem jeito, desde que seja feito com carinho e dedicação”.
Jaime Brum, do Projeto Pacu, que faz a consultoria técnica do complexo de piscicultura, ressaltou que a tecnologia empregada no complexo é a mais moderna disponível e as obras não vão parar no período chuvoso. “O Acre não será mais dependente de ração de outros Estados, e a fábrica que estamos construindo aqui é a mais moderna do Brasil”, comentou.
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