Complexo Agroindustrial de Brasiléia entrega primeiras quinze toneladas de frangos abatidos

Primeiro abatedouro de aves instalado no Estado iniciou a comercialização na manhã desta quinta-feira

chegada_de_frango_01_1.jpg
 Veja a galeria de fotos

A produção familiar conquista mais uma etapa em seu processo de consolidação e fomento do desenvolvimento do Estado. Um projeto que começou a ser construído com produtores rurais do Alto Acre foi coroado na manhã desta quinta-feira, 18, com a entrega de quinze toneladas dos frangos abatidos no primeiro frigorífico de aves instalado no Acre.

O Complexo Agroindustrial de Brasiléia tem capacidade para a produção de quinze mil aves por dia. De acordo o com o gerente da Acre Aves, Pablo Coelho, nesse primeiro momento estão sendo abatidas 7,5 mil aves diariamente, que têm como destino a comercialização em todos os 22 municípios do Estado. A distribuição é realizada pelo Frios Vilhena, que já despachou para Tarauacá, Feijó e Rio Branco.

Assim como na manhã desta quinta-feira, quando o produto foi descarregado em uma das lojas da rede de Supermercados Araújo, mensalmente serão distribuídas de quinze a vinte toneladas para abastecer o mercado acreano. “Nossa meta é chegar ao fim de 2009 abatendo nossa capacidade instalada, que é de quinze mil frangos”, comentou o gerente.

Para o secretário de Extensão Agroflorestal e de Produção Familiar, Nilton Cosson, a comercialização das aves simboliza a concretização de um trabalho que começou a ser desenvolvido em 2004 e que conta com a parceria do Governo do Estado, prefeitura de Brasiléia, produtores rurais e também da iniciativa privada. O sistema traduz o modelo econômico denominado Público-Privado-Comunitário (PPC).

A empresa Acre Aves Alimentos Ltda. detém a concessão de gestão com 94% das cotas do capital social, o restante é repassado à Cooperativa de Produtores de Aves do Alto Acre (Agroaves). A previsão é de que cada família obtenha renda que varia de um salário mínimo a R$ 840 ao mês fornecendo frango para a Acre Aves.

“Esse processo agrega valor ao trabalho dos produtores do Alto Acre. Nosso produto tem qualidade para competir em pé de igualdade com os frangos que vêm de outros Estados”, relatou o secretário.

Além do preço competitivo, existe ainda a vantagem de que o tempo de congelamento do produto acreano é bem menor em relação ao importado. Os frangos abatidos no Complexo Agroindustrial de Brasiléia chegam às gôndolas dos supermercados em três tipos diferentes – o frango industrial congelado inteiro e em pedaços, a galinha caipira e, pela primeira vez no mercado acreano, o frango resfriado. “Existe uma série de vantagens em trabalhar com produtos locais, como a geração de emprego e renda. Os frangos chegam aos supermercados com preços competitivos. A aceitação do produto certamente será favorável”, avaliou o empresário Adem Araújo.

Todo o processo industrial do abate é acompanhado por representantes do Ministério da Agricultura, responsável pela inspeção e fiscalização sanitária de produtos de origem animal destinados ao comércio nacional e internacional. O complexo recebeu a certificação do Serviço de Inspeção Federal (SIF) em agosto deste ano. A produção segue os padrões internacionais estabelecidos pelos órgãos competentes.

{xtypo_rounded2}Produtor familiar terá participação nos lucros do Complexo Agroindustrial de Brasiléia

A expectativa dos produtores rurais envolvidos com a cadeia produtiva do Complexo Agroindustrial de Brasiléia cresce com o início da comercialização do produto. Ao todo, cerca de 700 famílias estão sendo diretamente beneficiadas com a entrega das aves ao frigorífico, produção de milho e de ração.

“Apostamos nossas fichas nesse projeto e agora estamos acompanhando os resultados”, comemorou o presidente da Associação dos Produtores de Aves do Alto Acre, Juarez Coelho da Silva. O avicultor Francisco Silva completa dizendo que a expectativa cresce com o início do abates das aves.

De acordo com o secretário Nilton Cosson, o complexo aquece a economia local, uma vez que, além de gerar empregos diretos, proporciona a possibilidade de ampliar a produção de milho e sebo, por exemplo. “Em média, 80% da matéria-prima da ração oferecida às aves tem origem no Estado. Isso fortalece o mercado local”, disse.

Desde 2004, quando o Governo do Estado assinou convênio com o Ministério da Integração Nacional, estudos foram realizados na região do Alto Acre para identificar os produtos que poderiam ser trabalhados para que a população local fosse inserida em um processo de desenvolvimento econômico.

Para isso, foram criados pólos agroflorestais, nos quais pequenos produtores recebiam do governo 200 aves, ração e medicamentos, como forma de experiência para estudar as possibilidades de implantação de um frigorífico na região.

“O governo criou pequenas células e espera que esses núcleos se multipliquem e promovam o desenvolvimento econômico das cidades”, disse Tony Oliveira, gerente de produção familiar.{/xtypo_rounded2}

{xtypo_rounded2}Produtores das cidades de Brasiléia, Epitaciolândia e Xapuri inseridos no processo

Já em 2007, o programa tomou dimensões maiores. Começaram a ser implantados aviários com capacidade para 3 mil aves brancas (industriais) e outros para mil aves caipiras. Essa é a matéria-prima que atualmente abastece o frigorífico, localizado no quilômetro 8 na estrada de Brasiléia sentido Assis Brasil.

José Lima de Souza foi um dos produtores a receber o apoio do Estado. Na colocação dele, o aviário para aves industriais foi um dos primeiros a ficar pronto. O governo do Estado, por meio do Projeto Pró-Florestania, investiu cerca de R$ 23 mil na compra de madeira e equipamentos.

A cada ciclo, as 132 famílias produtoras, envolvidas com o fornecimento de aves, terão uma renda média de R$ 800. O frigorífico gera ainda 45 empregos diretos.

“Os produtores não são meros entregadores de mercadoria, mas fazem parte da cadeia produtiva, além de terem uma atividade para alavancar a economia da região”, finalizou Nilton Cosson.{/xtypo_rounded2}

Compartilhe:

WhatsApp
Facebook
Twitter