Como o governo do Acre tem respondido aos desafios da pandemia do coronavírus

Uma cronologia das principais ações do governo do Estado nos esforços de conter o crescimento da pandemia do novo coronavírus, desde que os primeiros casos da doença foram confirmados no Acre, revela um cenário de respostas rápidas nos mais diferentes setores e contextos, sobretudo nos investimentos direcionados à saúde, com contratação de mais profissionais, ampliação de leitos, aquisição de medicamentos, insumos e equipamentos para a rede pública hospitalar.

A adoção de medidas cada vez mais urgentes na tentativa de frear a expansão da Covid-19 levou à linha de frente do combate à pandemia o governador Gladson Cameli, que tem se empenhando e provocado, em cenário nacional e internacional, ações mais enérgicas para diminuir a velocidade com que o vírus se propaga, a exemplo da antecipação da vacinação para trabalhadores da Segurança, inclusive articulando parceria com o governo norte-americano para a vacinação em massa da população acreana contra o coronavírus.

Governador Gladson Cameli e equipe durante reunião por videoconferência com o embaixador dos EUA no Brasil, Todd Chapman. Foto: Diego Gurgel/Secom

“Além da pandemia, vivenciamos uma crise migratória na fronteira com o Peru, surto de dengue e, recentemente, milhares de pessoas ficaram desabrigadas por causa das enchentes. Além disso, fazemos fronteira com dois países. Diante de tudo isso, a nossa população precisa ter prioridade na vacinação e eu gostaria muito de contar com o apoio dos Estados Unidos para nos ajudar a salvar vidas”, destacou Gladson Cameli durante videoconferência recente com o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman.

Com as vacinas que chegam ao estado por meio da União somadas às doses da Sputnik V, segundo explicou a coordenadora local do Plano Nacional de Imunização (PNI) da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), Renata Quiles, o Acre poderá ter condições de alcançar todos os habitantes acima de 18 anos de idade aptos a receberem a vacina até o fim de 2021.

Um por todos e todos pela vacina

Falar da chegada da vacina contra a Covid-19 no Acre é lembrar dos esforços do governador Gladson Cameli, sempre colocando a vida em primeiro lugar para conseguir que o imunizante chegasse ao estado, além de se empenhar em garantir a compra de mais vacinas para a população acreana.

“Tenho lutado, não para ser reconhecido, mas para que o Acre seja lembrado e priorizado para que o processo de imunização em todo o estado se dê de forma rápida e urgente, tanto nas vacinas vindas do governo federal, quanto pela compra direta, como a que fizemos de 700 mil doses da Sputinik V. Não estou preocupado com política, tampouco com a politicagem de alguns. Digo e repito, minha missão é salvar vidas e só vou descansar quando todos os acreanos estiverem imunizados”, defende Cameli.

As primeiras doses de vacinas chegaram ao Acre em 19 de janeiro de 2021 e, até o momento, o Estado contabiliza 163.540 doses recebidas por meio do Programa Nacional de Imunização (PNI), coordenado pelo Ministério da Saúde, que é responsável pela compra e envio de imunizantes contra a Covid-19 aos estados brasileiros.

Estado contabiliza 163.540 doses recebidas até o momento. Foto Diego Gurgel/Secom.

A expectativa é que uma nova remessa de vacinas seja recebida esta semana, conforme cronograma do Ministério da Saúde (MS). Os dados de transparência sobre a aplicação do imunizante no Acre são disponibilizados à população pelo Painel de Vacinas, no endereço eletrônico http://covid19.ac.gov.br/vacina/inicio.

Competência municipal

Sobre a digitação e inserção dos dados nos sistemas do MS, a coordenadora Renata Quiles explica que os municípios estão sendo orientados pelo Estado, e que fragilidades são identificadas e práticas inadequadas ou equivocadas são corrigidas.

“Ainda existe uma fragilidade na digitação de toda a produção das ações de vacinação. As coordenações municipais nos têm informado que por vezes fazem mutirões de digitação para inserção de dados no sistema, sendo ainda deficientes para demonstrar a realidade das ações. Isso nos levou a realizar visitas aos municípios para tentar entender o que está acontecendo para dar um suporte maior”, observa.

As ações de vacinação são de responsabilidade dos municípios, devendo cada um justificar o motivo das baixas coberturas vacinais. Foto júnior Aguiar/Secom.

Entre os grupos prioritários estabelecidos pelo MS, foram contemplados os seguintes com percentual de doses disponibilizados, subdivididos em 11 etapas até o momento, contemplando:

1- 100% dos idosos institucionalizados, deficientes institucionalizados, indígenas aldeados, trabalhadores da saúde indígena, idosos acima de 90 anos, idosos de 80 a 89 anos; idosos de 75 a 79 anos e idosos de 70 a 74 anos; 1ª e 2ª dose;

2- 112% dos trabalhadores da saúde; 1ª e 2ª dose;

3- 100% idosos de 65 a 69 anos; 1ª e 2ª dose;

4- 20% idosos de 60 a 64 anos;

5- 20% comunidades tradicionais ribeirinhas e

6- Forças de Segurança e Salvamento – Etapa 11.

“As ações de vacinação são de responsabilidade dos municípios, devendo cada um justificar o motivo das baixas coberturas vacinais de acordo com a realidade local. O Estado está monitorando e acompanhando as fragilidades, trazendo orientações para melhorias, mas a decisão e conduta compete apenas aos municípios”, salientou Renata.

Imunização de indígenas

A meta de imunização da população indígena é 12.410, sendo que foram recebidas 26.920 doses para 1ª e 2ª dose. Até o momento foram vacinados apenas 5.543 indígenas com 1ª dose e 3.189 com 2ª dose, segundo Renata Quiles: “Por enquanto não temos do Ministério da Saúde e  da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) autorização para utilização do estoque não utilizado em outros grupos prioritários, sendo que várias solicitações já foram realizadas”.

Números não mentem: um ano marcado por ampliações em hospitais e leitos de UTI

O trabalho feito pelo governo do Estado, por meio da Sesacre, para preparar a rede pública e assegurar a assistência adequada à população com o início da pandemia, em um curto período de tempo, levantou 96 leitos de unidade de terapia intensiva no Sistema Único de Saúde (SUS), o que representa um aumento de 960% da capacidade que havia por décadas no estado, que passou a contar com um número total de 106 leitos de UTI.

Com o início da pandemia, o governo do Estado ampliou a oferta de leitos clínicos e de UTI. Fotos: Odair Leal/Secom

Construído em tempo recorde, logo após os primeiros contágios de Covid-19 no estado, era inaugurado pelo governador Gladson Cameli, no dia 15 de junho, o primeiro hospital de campanha do Acre, um centro de tratamento para pacientes infectados pelo coronavírus, anexo ao Instituto de Traumatologia e Ortopedia (Into), em Rio Branco, dotado de 100 leitos de enfermaria com rede de gases medicinais, ar refrigerado e sistema de exaustão, sala de atendimento, farmácia setorial e sala de apoio médico, entre outros ambientes.

Além da construção do hospital de campanha, o governo também realizou, na capital, obras de adequação das instalações do Into para conversão de sua estrutura em hospital de referência para atendimento a pacientes acometidos com a Covid-19, com implantação de pronto atendimento, sala de triagem, 14 leitos de enfermaria, 4 leitos de observação, 50 leitos de UTI, centro cirúrgico, necrotério, laboratórios, farmácia central, farmácias setoriais, salas administrativas e de serviços gerais, apoio e repouso médico, auditório para treinamentos e capacitações de equipe técnica, usinas de gases medicinais e ambientes climatizados, entre outros investimentos.

Em pouco mais de um mês, também foi erguido outro grande hospital de campanha, dessa vez em Cruzeiro do Sul, cujo investimento ficará como legado para a população do Juruá quando a pandemia passar. A estrutura de 1,4 mil metros quadrados está sendo um importante reforço para a rede pública de saúde no tratamento de pacientes com Covid-19. Ao todo, são 26 leitos de terapia intensiva disponíveis na regional, com rede de gases medicinais, ar refrigerado e sistema de exaustão, sala de atendimento, farmácia setorial e sala de apoio médico.

Hospital do Juruá, em Cruzeiro do Sul. Foto Marcos Vicentti/Secom.

Além desse investimento, o governador Gladson Cameli injetou mais de R$ 2 milhões na reforma e ampliação do Hospital Dr. Abel Pinheiro, em Mâncio Lima. Com a obra concluída e a construção de abrigo de gases medicinais e implantação de subestação aérea de energia para alimentação da usina de gases e demais áreas da unidade de saúde, mais de 50 mil juruaenses serão contemplados com a ampliação da capacidade de atendimento da rede hospitalar da região.

Reforma e ampliação do Hospital Dr. Abel Pinheiro, em Mâncio Lima. Foto cedida.

Obras emergenciais estratégicas foram realizadas sob a responsabilidade da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra) para ampliar a capacidade física de atendimento a pacientes acometidos com o coronavírus, no ano de 2021, também alcançam a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cruzeiro do Sul, com a instalação de rede de gases medicinais em dez leitos de enfermaria e implantação de subestação aérea de energia para alimentação de aparelho de raio-x, como unidade de retaguarda do Hospital de Campanha de Cruzeiro do Sul.

Os investimentos em estruturas físicas não param por aí. Após a retomada das obras sob responsabilidade da Sesacre, a Seinfra também iniciou este ano, com o aumento da taxa de ocupação de leitos, obras de adequação no Hospital de Brasileia para conversão de 20 leitos de enfermaria em leitos de UTI, e instalação de exaustão para ampliar a capacidade de atendimento, como unidade de referência na região do Alto Acre.

O governo reforma, atualmente, o antigo prédio onde funcionava o Batalhão de Operações Especiais (Bope), em Rio Branco. O local será uma extensão do hospital de campanha para atender pacientes afetados pela Covid-19, com a implantação de 24 leitos de enfermaria e 11 leitos de observação, ampliando a capacidade de atendimento a pacientes Covid de baixa e média complexidade, como unidade anexa ao complexo Into.

Expectativa de entrega do espaço onde funcionava o Bope é para os próximos dias. Foto: Jean Lopes/Seinfra

Uma ala do Hospital do Idoso, anexa à Fundação Hospital do Acre (Fundhacre), também foi transformada, temporariamente, em unidade de tratamento a pacientes infectados pelo coronavírus, com disponibilidade de 40 leitos clínicos. No mesmo local, a Sesacre instalou uma usina de oxigênio com capacidade de produzir 16 mil metros cúbicos mensalmente, somando-se à usina já existente na Fundação Hospitalar, cuja média mensal é de 27 mil metros cúbicos.

Geração própria de oxigênio

Entre os esforços e a luta contra o tempo para preparar as principais unidades de saúde do Acre que passaram a atender pacientes acometidos pela Covid-19, o governo do Estado, por meio da Sesacre e Seinfra, ampliou, entre 2020 e 2021, a produção de oxigênio, com a implantação de seis novas usinas no estado.

As principais unidades de saúde do Estado contam hoje com sistemas de geradores de gases autônomos, ou seja, o oxigênio é gerado na própria unidade. Em 2015, o Acre contava com uma produção mensal de 126 mil metros cúbicos de oxigênio. Em 2020, já na gestão de Gladson Cameli, a produção saltou para 195 mil mensais, com ampliação na produção de mais 66 mil nos primeiros meses de 2021.

“Estamos trabalhando para ampliar a capacidade de produção, em parceria com a Seinfra, e com o secretário Ítalo Medeiros, que tem sido um grande parceiro, para que possamos dar seguimento às obras de construção e ampliação dos serviços de saúde em nossas unidades”, enfatiza o secretário de Saúde, Alysson Bestene.

Além de serem importantes no tratamento de pacientes, as usinas representam uma grande economia nos custos de aquisição de oxigênio ao Estado. Para atender a demanda das unidades públicas hospitalares que não possuem usinas de oxigênio, a Sesacre envia regularmente cilindros de oxigênio conforme a avaliação da demanda repassada pela gerência.

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