Projeto oferece quatro cursos: cabeleireiro, panificação, doces e salgados e marcenaria
Começou esta semana o segundo ciclo do projeto ‘Proteção de Jovens em Territórios Vulneráveis’ (Protejo), em Cruzeiro do Sul. Iniciado em abril do ano passado, o Protejo objetiva promover a proteção, inclusão e formação cidadã de jovens expostos à violência familiar ou urbana. O projeto acontece através de parceria entre o Ministério da Justiça e o Governo do Estado sendo executado pelo Instituto Dom Moacir, através Centro de Formação e Tecnologia da Floresta (Ceflora), que ministra os cursos oferecidos. Neste ciclo, 160 alunos, divididos em seis turmas, farão quatro cursos: corte de cabelo, escova e colorimetria; panificação; doces e salgados e curso de marcenaria.
O coordenador do Ceflora, Raimundo Evilásio Lima, conta que o Protejo está atendendo jovens das ZAPs 6 e 7 (zonas de atendimento prioritário) abrangendo os bairros Várzea, Miritizal, Cobal, Remanso, Lagoa, São José e Cruzeirão. Começou com 200 educandos mas houve desistências por diversas causas: ingresso na universidade, obtenção de emprego, estudos, mudanças, etc.O atual ciclo vai até 6 de agosto e o encerramento será com um festival no Teatro dos Nauas.
Evilásio informa que existe a informação da provável realização do Protejo 2. Caso realmente aconteça deverá ser aplicado para um público de outros bairros.
Cursos profissionalizantes
Os alunos do Protejo em sua maioria contam com o aprendizado nos cursos profissionalizantes para conseguir uma profissão que lhes traga renda. O curso de corte, escova e colorimetria está sendo administrado pelo cabeleireiro Jerry Lee, de Cruzeiro do Sul. Ele tem 12 anos na profissão e já ministrou vários cursos pelo Senac, prefeitura municipal e, pelo Ceflora, já é o segundo curso. Seu curso atende 17 alunos pela manhã e 23 pela tarde. "É um prazer imenso passar o que aprendei durante estes doze anos para esta juventude. Eles sairão daqui profissionais e poderão montar o seu próximo negócio" disse.
Para Jerry Lee, Cruzeiro do Sul tem mercado para todos. Ele planeja criar um sistema ‘disk-corte’ e já oferecer trabalho para alguns dos estudantes. O curso dura dois meses e 20 dias, é um curso profissional onde os alunos aprendem a cortar, escovar hidratação, tintura, alisamento etc. O cabeleireiro diz que se fossem pagar pelo curso completo cada um teria que desembolsar algo em torno de R$ 1.000,00.
A educanda Iolanda Bezerra Lustosa precisa levar sempre o bebê para as aulas porque ele mama e não pode ficar longe da jovem mãe. "Não dá para deixar o bebê em casa mas estou gostando e aproveitando bastante. Quero trabalhar, quero uma profissão e estou tendo esta grande oportunidade. Quem sabe posso trabalhar até no ‘disk-corte’" disse.
Mafson do Nascimento Souza é outro que faz o curso de cabeleireiro. Ele ingressou na universidade, mas pretende trabalhar nas horas de folga para ajudar a se manter. Camila Ferreira faz o curso de doces e salgados. Está achando muito interessante e admite trabalhar no ramo depois de formada.